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domingo, 24 de novembro de 2024
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Equador

Justiça equatoriana investiga caso de corrupção envolvendo vice-presidente

Jorge Glas disse que continua a ser o vice-presidente do Equador, apesar de Moreno ter suspendido suas funções

Postado em 4 de agosto de 2017 por Thais Tomás
Justiça equatoriana investiga caso de corrupção envolvendo vice-presidente
Jorge Glas disse que continua a ser o vice-presidente do Equador

O Ministério Público (MP) do Equador informou ontem (3) que
está investigando mais de 20 funcionários e ex-agentes públicos, entre eles o
vice-presidente do país Jorge Glas, por supostas irregularidades no contrato de
2012 para a exploração de um campo de petróleo na região amazônica. A
informação é da Agência EFE.

O MP, com base em um relatório especial do tribunal de
contas do Estado, assinalou em um comunicado que iniciou a investigação prévia
por indícios de responsabilidade no contrato de prestação de serviços do
chamado Bloco Singue.

O relatório do tribunal de contas se refere ao contrato
assinado entre o Estado equatoriano, através da Secretaria de Hidrocarbonetos,
e o Consórcio DGC, integrado pela companhia Dygoil Consultoría y Servicios
Petroleros Cia. Ltda.

O MP acrescentou que iniciou a investigação prévia “com
base nos indícios de responsabilidade penal”, envolvendo mais de 20
funcionários públicos e privados, alguns dos quais gozam do foro privilegiado e
só podem ser processados pela Suprema Corte de Justiça.

A investigação também inclui o vice-presidente Glas, quando
ele ocupava o cargo de ministro-coordenador de Setores Estratégicos durante o
governo do ex-presidente Rafael Correa, que entregou o poder no dia 24 de maio
para seu correligionário Lenín Moreno.

Apesar de ocupar a vice-presidência, Glas mantém uma dura
queda de braço com Moreno, acusado de ter rachado ao movimento governista
Aliança País (AP, de esquerda).

Em declarações a jornalistas, o vice-presidente disse que
sua suposta vinculação com o caso investigado pelo MP se deu porque ele
participou de uma “etapa pré-contratual”, antes da assinatura do
convênio.

O vice-presidente afirmou que pediu ao ex-ministro de
Hidrocarbonetos, Wilson Pastor, que também é investigado neste caso, que
retorne ao país para apresentar as provas de sua inocência, que já haviam sido
enviadas ao tribunal de contas e que agora deverão ser encaminhadas ao
Ministério Público.

Suspensão de funções

Jorge Glas disse que continua a ser o vice-presidente do
Equador, apesar de Moreno ter suspendido suas funções, após a disputa entre
ambos e as críticas de Glas ao governo em uma carta que divulgou na
quarta-feira.

“Ainda que tenham me retirado funções oficiais,
continuo a ser o vice-presidente de todos os equatorianos. Continuarei
trabalhando com os pobres da minha pátria”, disse Glas. O vice-presidente
acrescentou que seguirá “lutando pela erradicação total da pobreza” e
se queixou que sua situação atual se deve a “uma clara retaliação
política” por agir conforme o que lhe diz sua consciência.

Glas afirmou que a suspensão nas suas funções ocorreu porque
“sabiam que não podiam contar” com ele para acabar com leis
decretadas no governo Correa, como de acréscimo contra a especulação da terra.

Poucas horas depois de o decreto de Moreno ser tornado
público, o governante escreveu no Twitter: “A política é a arte de ajudar
os demais. Vamos limpar a política no Equador!”.

Na entrevista coletiva, Glas respondeu. “Limpar a
política, ele diz. Aí estão os frutos dos diálogos, a distribuição de empresas
públicas”, afirmou, em referência à suposta concessão da administração de
companhias estatais a políticos de oposição.

O vice-presidente reconheceu que lhe causou “dor”
ter sido deslocado, entre outras atribuições, do Comitê para reestruturar as
províncias de Manabí e Esmeraldas, afetadas em abril de 2016 por um terremoto
de magnitude 7,8 que deixou mais de 670 mortos e graves perdas materiais.

Glas informou que teve negada a permissão para o uso do
avião presidencial e responsabilizou Moreno e Eduardo Mangas, secretário do
governante, por sua segurança e a de sua família. 

Agência Brasil

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