Goiânia foi a 5ª cidade brasileira que mais gerou empregos no primeiro semestre
Setor de serviços foi o que mais puxou a criação de vagas nas sete cidades goianas que são destaque entre os 50 municípios brasileiros com maior geração de empregos
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) revelam que Goiás, diferente de outros Estados, está na contramão da
atual crise econômica e é destaque na geração de empregos. Entre as 50 cidades
brasileiras que mais geraram postos de trabalho neste primeiro semestre, está
Goiânia, que foi o quinto município que mais criou vagas no período. Nos seis
primeiros meses de 2017, a capital goiana gerou 4.454 oportunidades de
trabalho, dessas, 2.839 (63%) vieram do setor de serviços que, inclusive,
impulsionou a criação de vagas nesse período.
Além da capital, Cristalina, Goianésia, Rio Verde, Aparecida
de Goiânia, Inhumas e Itapaci são outras cidades goianas que estão entre as 50
do Brasil que mais tiveram criação de postos de trabalho no último semestre. Só
nesses municípios do interior goiano foram criadas mais de 12 mil vagas,
distribuídas entre os setores de serviços, agropecuária e indústria. Contando
com as vagas geradas em Goiânia, são 16,5 mil postos de trabalho com carteira
assinada surgidos no primeiro semestres deste ano.
O setor de serviços foi o que mais puxou a criação de vagas
nas sete cidades goianas que são destaque entre os 50 municípios brasileiros
com maior geração de empregos no primeiro semestre de 2017.
Bom para a professora, Ana Lídia Lima Batista, 29 anos, que
em janeiro deste ano conseguiu uma vaga numa escola de inglês em Goiânia. Ela
conta que optou por parar de trabalhar
em 2015, para cuidar de seu filho recém-nascido. “Queria realmente me dedicar a
esse momento importante para o desenvolvimento dele”, conta. Em 2016, voltou a
trabalhar em carga reduzida mas acabou sendo demitida junto a outros 21
profissionais, por contenção de despesas do estabelecimento.
A partir de agosto de
2016, ela começou a distribuir currículos e confessa: ficou temerosa em
não conseguir uma nova recolocação. A vaga, porém, chegou logo no comecinho de
2017 em uma franquia de escolas de inglês voltada para crianças e adolescentes
que iniciou operações em Goiânia neste ano. “Agora voltei com força total”,
diz, entusiasmada.
Na escola, foram 10 contratações no início do ano e mais
quatro em julho. A diretora do negócio, Gabriela Fleury, disse que enxergou o
momento econômico como uma oportunidade para inaugurar a escola, cujo método de
ensino para crianças e adolescentes é de alto padrão. “A crise leva ao aumento das exigências de
performance para o setor de serviços e, nesse sentido, acreditamos que
qualidade blinda os negócios e até favorece o crescimento”, diz.
A analista de suporte e estudante de engenharia civil
Juliana Barreira Santos, de 23 anos, depois de quase dois anos procurando um
estágio, em abril deste ano acabou encontrando uma vaga de emprego. “Eu estava
só estudando e há quase dois anos estava procurando uma oportunidade. Foi
quando fiquei sabendo da vaga de estágio em uma plataforma de permuta multilaterais.
Acabei não passando no processo seletivo para o estágio, mas uma semana depois,
eles me ligaram e disseram que eu tinha o perfil para vaga de analista de
suporte. Fiquei muito feliz”, conta.
Dalila Melo, de 21 anos, e que trabalha na mesma empresa,
também conseguiu uma vaga de emprego no último semestre depois de um ano e meio
de procura. “Eu estudo direito e estava a procura de um estágio, mas fiquei
sabendo da vaga e resolvi me candidatar. Fiz o processo seletivo e passei. Hoje
estou gostando muito do trabalho. É bem diferente de outros trabalhos que
tive”, conta a jovem que já teve outras experiências profissionais nas áreas de
call center e comércio de roupas.
Ao todo a plataforma fez três contratações nos seis
primeiros meses de 2017 e segundo seu diretor geral, Rafael Marques, a crise
econômica de certa forma ajudou na expansão da empresa e com isso surgindo a
necessidade de ampliar a equipe. “De fato, pelo perfil de negócio da empresa, a
crise acabou sendo uma incentivadora desse nosso crescimento, porque nesses
momentos de dificuldade econômica, há bem menos circulação do dinheiro oficial
e com isso a prática da permuta tende a crescer, como uma forma de economizar e
de gerar novos negócios”, afirma o empresário.
Rafael também acredita que empresas que atuam em segmentos
mais inovadores como aqueles que envolvem o uso de modernas tecnologias e da
Internet, fugindo daqueles ramos mais tradicionais, tendem a crescer mais.
“Segmentos empresariais inteiros tendem a sumir em virtude da própria evolução
do mundo. Com isso outras atividades inovadoras vão crescendo e a geração de
empregos via migrando para esses setores”, avalia.
O empresário também afirma que têm mais chances de conseguir
boas oportunidades de trabalho aquele perfil de profissional mais jovem e que
tenha a mente aberta para esses novos modelos de negócio. “Profissionais sem
vícios e que não tenha pensamentos cartesianos tradicionais tendem a ser
absorvido mais facilmente nas organizações, especialmente nessas com um perfil
mais inovador”, afirma Rafael.