Operação contra desvio de combustível e fraude em licitações em Iaciara-GO
Entre os suspeitos de participar do esquema estão quatro secretários municipais e o vice-prefeito, Marcos Pereira de Macedo
Ministério Público de Goiás
(MP-GO) realiza nesta segunda-feira (7) uma operação contra um grupo suspeito
de desviar combustíveis e de fraudes em licitações na Prefeitura de Iaciara, no
nordeste do estado. Entre os suspeitos de participar do esquema estão quatro
secretários municipais e o vice-prefeito, Marcos Pereira de Macedo.
Chamada de Operação Catturandi, a
ação prendeu temporariamente o secretário de Administração, João Carlos Rulka,
o presidente da comissão de licitações, Darlos de Souza, e o contador
municipal, Elder Novais Sampaio.
Os promotores também cumpriram
nove mandados de busca e apreensão nas casas dos presos, na sede da prefeitura
e nas secretarias de Saúde, Educação e Administração. Segundo os promotores, o
magistrado também determinou o afastamento de nove agentes de suas funções,
entre eles, o vice-prefeito, Marcos Pereira de Macedo.
Desvio de combustíveis
As investigações começaram há
três meses. Segundo o MP-GO, os agentes públicos envolvidos abasteciam seus
carros e os de parentes em contas da Prefeitura de Iacira em postos de
combustíveis de municípios da região.
“Após o abastecimento
ilegal, os servidores passavam no posto para trocar a requisição, onde constava
o abastecimento ilegal, e deixavam outra requisição na qual lançava o
abastecimento de serviço oficial”, explicou o promotor de Justiça Douglas
Chegury, responsável pela investigação.
A promotoria constatou que o
volume de abastecimentos era tão alto que a prefeitura estava inadimplente
junto a postos de combustíveis de Iacira, Formosa e Alvorada do Norte.
Fraudes em licitações
Por enquanto, a investigação já
apontou fraudes em duas licitações. Uma delas diz respeito à aquisição de um
veículo para o município.
“Eles escolhiam o licitante
que ia vencer o processo. A licitação era dirigida para uma pessoa porque havia
um acordo prévio. Eles jogavam o preço da van mais alto do que o preço de
mercado, e a diferença ia ser dividida entre eles”, explicou o promotor.
Em outro caso, segundo o MP-GO,
eles forjaram um pregão para justificar a contratação irregular de 15
funcionários. “Cada uma dessas pessoas teve que criar uma empresa jurídica
para concorrer no pregão que foram simular. Era um jogo de carta marcada.
Aquelas pessoas que já estavam na prefeitura e criaram CNPJ eram as pessoas que
iam vencer a licitação”, afirmou.
Após o cumprimento dos mandados,
a investigação continua para identificar outras pessoas que participam do
esquema.
Os envolvidos devem responder
pelos crimes de fraudes em licitações, desvio de dinheiro público, falsidade
ideológica, corrupção ativa e passiva.
Com informações do G1 Goiás