Morre, aos 74 anos, a atriz Rogéria
Velório da atriz será aberto ao público durante a tarde de hoje (5)
Faleceu na noite de ontem (4), a atriz Rogéria, vítima de choque séptico e crise convulsiva. O velório da atriz acontece desde as 11h desta terça-feira (6), no Teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro. O enterro será nesta quarta-feira (6), em Cantagalo, na Região Serrana do Rio.
Alexandro Haddad, empresário de Rogéria confirmou a morte da atriz, porém não concedeu mais detalhes. Segundo informações da unidade hospitalar, Unimed- Rio de Janeiro, a atriz estava internada desde o início de agosto, onde foi diagnosticada com infecção de urina. Na segunda retornou ao hospital sentindo dores decorrentes da infecção e logo após faleceu.
Nascida Astolfo Barroso Pinto, Rogéria era a mais antiga transformista em atividade no Brasil. Ao lado de travestis pioneiras do país, como Jane di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Brigitte de Búzios e Marquesa, esta morta em 2015, Rogéria foi homenageada pela atriz e diretora Leandra Leal no documentário Divinas Divas, premiado no Festival do Rio do ano passado. As atrizes se apresentavam no Teatro Rival, na Cinelândia (centro da cidade), que pertence à família de Leandra Leal há várias gerações.
Rogéria (Astolfo Pinto) nasceu em em 1943 em Cantagalo, no norte fluminense. Ainda na adolescência, homossexual assumido, Astolfo virou transformista e começou a trabalhar como maquiadora, ainda com o nome masculino, na extinta TV Rio. Frequentava o auditório da Rádio Nacional. O nome Rogéria surgiu em 1964, quando venceu um concurso de fantasias no carnaval daquele ano.
Convivendo com atores na TV Rio, se sentiu estimulada a interpretar e estreou nos palcos em maio de 1964, em um show de travestis na Galeria Alaska, então reduto gay de Copacabana. Ela atuou em dezenas de shows, peças teatrais e programas de televisão, muitas vezes como jurada nos programas de Chacrinha, Luciano Huck e outros apresentadores, e participou de 11 filmes brasileiros. Ela também atuou em novelas como Tieta (1989), Paraíso Tropical (2007) e A Força do Querer (2017), sua última participação na TV e, no teatro, recebeu o Troféu Mambembe em 1979 pelo espetáculo que fez ao lado de Grande Otelo.
Em 2016, foi lançada sua biografia, Rogéria – uma Mulher e Mais um Pouco, de autoria de Márcio Paschoal.
Vários artistas e amigos de Rogéria lamentaram a morte da atriz.
Fonte: Com informações da Agência Brasil
Foto: Divulgação