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sábado, 23 de novembro de 2024
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Investigação

ONU diz que podem ter sido cometidos “crimes contra humanidade” na Venezuela

Alto comissariado da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos considerou “inadequado” o conceito de Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação, e pediu que seja remodelado

Postado em 11 de setembro de 2017 por Victor Pimenta
ONU diz que podem ter sido cometidos "crimes contra humanidade" na Venezuela
Alto comissariado da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos considerou "inadequado" o conceito de Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação

O alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU)
para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, afirmou nesta segunda-feira
(11) que podem ter sido cometidos “crimes contra a humanidade” na
Venezuela durante os protestos antigovernamentais. Ele pediu ao Conselho de
Direitos Humanos que fosse aberta uma investigação internacional.

“A minha investigação sugere a possibilidade de que
possam ter sido cometidos crimes contra a humanidade, algo que só pode ser
confirmado por uma investigação penal posterior”, apontou o diplomata
jordaniano em seu discurso de abertura da 36ª sessão do Conselho de Direitos
Humanos (CDH).

Zeid disse que apoia o conceito de uma Comissão Nacional da
Verdade e Reconciliação, mas considerou “inadequado” o mecanismo
atual, e pediu que seja remodelado “com o apoio e o envolvimento da
comunidade internacional”.

Além disso, pediu ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que
estabeleça uma “investigação internacional” sobre as violações de
direitos humanos na Venezuela.

O alto comissariado apontou que “há um perigo real”
de as tensões no país se intensificarem ainda mais depois que “o Governo
esmagou instituições democráticas e vozes críticas, inclusive mediante
processos penais contra líderes opositores, utilizou o recurso de detenções
arbitrárias, de uso excessivo da força e de maus-tratos de detidos, que em
alguns casos equivale à tortura”.

Zeid lembrou que a Venezuela é um membro do Conselho de
Direitos Humanos e que, como tal, “tem um dever particular na hora de
salvaguardar os padrões mais elevados na promoção e proteção dos direitos
humanos”.

O diplomata jordaniano fez estas observações pouco antes do
discurso perante o Conselho de Direitos Humanos do chanceler venezuelano, Jorge
Arreaza, e poucas semanas depois que seu escritório publicou um relatório sobre
as “extensas” violações de direitos humanos cometidas durante os
protestos antigovernamentais entre 1º de abril e 31 de julho, sobretudo por
parte das forças de segurança e unidades militarizadas.

A ONU detalhou no relatório o uso de força excessiva e letal,
possíveis execuções extrajudiciais, maus tratos e inclusive torturas, detenções
arbitrárias e desaparecimentos forçados temporários, revistas ilegais e
violentas de moradias particulares, julgamentos de militares contra civis e
ataques contra jornalistas e ataques e restrições contra opositores. 

Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução)

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