Motim em presídio teria sido motivado por delação de preso
No dia do ocorrido, três mortes foram registradas no local. Penitenciária contava com o dobro de presos que teria capacidade para abrigar
Segundo o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Luziânia, o motim que ocasionou a morte de dois detentos e um agente prisional no início desta semana no Centro de Prisão Provisória (CPP) da cidade teria sido provocado pela delação de um plano de fuga feita por um preso.
O delegado Maurício Passerini, responsável pelas investigações, afirma que os detentos ficaram revoltados com o aborto de um plano de fuga da unidade: “A confusão começou porque um dos presos havia delatado uma futura fuga. Ele indicou, inclusive, o buraco por onde os envolvidos fugiriam”.
O delator, que não teve a identidade revelada, teria contado sobre o plano de fuga às autoridades porquê não se sentia entrosado entre os colegas de cela. Na ocasião da rebelião, o preso sofreu represálias e teve pernas e cabeça decepada, bem como seu corpo queimado.
Um outro presidiário morreu no motim, mesmo sem ter relação comprovada com o caso de delação. A causa da morte seria pelo fato de que o crime cometido, abuso sexual de menor, era inadmissível para os outros detentos.
Ainda de acordo com o delegado, a lotação da unidade estaria na data do ocorrido duas vezes maior do que o que teria capacidade para abrigar. Não foram divulgados números exatos pela Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP).
As investigações devem prosseguir nas próximas semanas. Foi enterrado em sua cidade natal, em Minas Gerais, o vigilante penitenciário temporário Valdison Cardoso de Oliveira. Valdison morreu após tomar um tiro de raspão na perna e ser espancado até a morte pelos presos.