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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Tratado

Brasil assina Tratado para Proibição de Armas Nucleares

O acordo impede que os Estados-parte desenvolvam, testem, produzam, adquiram, tenham ou estoquem armas nucleares ou qualquer outro dispositivo nuclear explosivo

Postado em 20 de setembro de 2017 por Márcio Souza
Brasil assina Tratado para Proibição de Armas Nucleares
O acordo impede que os Estados-parte desenvolvam

O Brasil assinou hoje (20) o
Tratado para Proibição de Armas Nucleares. O presidente Michel Temer foi o
primeiro a assinar o texto, seguido por líderes de 47 países. Ao longo do dia,
mais cinco países devem firmar o documento. O acordo impede que os Estados-parte
desenvolvam, testem, produzam, adquiram, tenham ou estoquem armas nucleares ou
qualquer outro dispositivo nuclear explosivo.

A conferência para negociar o
texto foi proposta pelo Brasil, a África do Sul, Áustria, Irlanda, o México e a
Nigéria no fim de 2016. O tratado obriga os Estados-parte a não participar ou
permitir atividades relacionadas ao uso e também ao desenvolvimento de armas
nucleares. O texto do tratado foi acordado no último dia 7 de julho. A segunda
etapa é a assinatura de hoje, embora esse seja apenas o primeiro dia para
assinatura, que pode ser feita por outros países a partir de agora. Depois
disso, ainda é necessário que cada país que tenha assinado o texto faça a
ratificação, e o acordo só passa a valer depois que 50 países tiverem passado
por todo o processo.

O embaixador Sergio Duarte,
ex-alto representante da ONU para Assuntos de Desarmamento e atual presidente
da Organização internacional sobre Relações internacionais Pugwash, diz que o
tratado proíbe a última categoria de arma de destruição em massa que não estava
proibida: “armas químicas e armas biológicas já estão proibidas por tratados
internacionais, esse tratado cuida da terceira e última categoria, a arma
nuclear, que é a mais cruel e a mais indiscriminada de todas as três”. As armas
biológicas foram proibidas em 1972, e as químicas em 1993.

Cristian Wittmann, professor da
Universidade Federal do Pampa, diz que, apesar da ausência das potências
nucleares na negociação do tratado, ele não deixa de ser eficaz: “em primeiro
lugar, ele retoma o debate sobre a importância da eliminação das armas
nucleares, aumentando a pressão nos países nuclearmente armados. Ele também
traz novos aspectos quanto ao financiamento dessas armas e atividades militares
conjuntas que possam envolver armas nucleares”.

O ministro das Relações
Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, afirma que, apesar de muitos
argumentarem que as armas nucleares são indispensáveis para a segurança
nacional, essa ideia é falsa: “O novo tratado oferece uma alternativa real para
a segurança: um mundo sem armas nucleares, em que todos estarão mais seguros,
onde ninguém precisa ter armas nucleares”.

Durante o discurso para
assinatura do tratado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas,
António Guterres, lembrou as vítimas de Hiroshima e Nagasaki. Estima-se que
existam cerca de 15 mil ogivas, mais de 4 mil em estado operacional. Os gastos
de potências nucleares com a manutenção e modernização dos seus arsenais é de
cerca de US$ 100 bilhões. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução

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