PF deflagra operação para apurar fraudes em concursos públicos
Organização criminosa fraudou certames em todo o país utilizando pontos eletrônicos
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (18), a
Operação Afronta II que visa alcançar membros de uma organização criminosa que
vinha fraudando concursos públicos em todo o país utilizando pontos
eletrônicos.
São dois mandados de prisão temporária, quatro mandados de
condução coercitiva e dez mandados de busca e apreensão para as cidades de
Campinas-SP e Maceió-AL. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
A Afronta II é uma continuação da Operação Afronta,
deflagrada em outubro de 2015, na qual foram indiciados nove membros da
organização criminosa, incluindo o seu líder, o técnico responsável pelos
equipamentos eletrônicos usados na fraude, quatro pessoas que desviavam as
provas e três responsáveis por corrigir as questões desviadas. Além deles, 12
candidatos que receberam as questões foram indiciados.
A PF prosseguiu a investigação pedindo à Fundação Carlos
Chagas (FCC) a lista de outros concursos públicos nos quais os envolvidos se
inscreveram – 43 certames – e pedindo as folhas de respostas de todos os
candidatos. Desses certames, foi constatada a fraude em 14, com 47 candidatos
participando e alguns deles obtendo habilitação e sendo empossados nos cargos.
Dos concursos investigados, oito foram realizados depois da
tipificação do crime de fraudes em certames de interesse público, previsto no
Código Penal. Foram instaurados inquéritos policiais nos locais das fraudes e,
além dos mandados cumpridos na data de hoje, outros candidatos foram intimados
para prestar esclarecimentos.
Os envolvidos serão indiciados pelo crime de fraudes em
certames de interesse público, que tem pena que varia de um a quatro anos de
reclusão; e pelo crime de associação criminosa, com pena entre um e três anos
de reclusão.