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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Flamboyant In Concert

Renato Teixeira e Almir Sater no show AR

Mestres da música de raiz prometem agitar o público com suas clássicas cantorias

Postado em 26 de setembro de 2017 por Kamilla Lemes
Renato Teixeira e Almir Sater no show AR
Mestres da música de raiz prometem agitar o público com suas clássicas cantorias

O penúltimo show
desta temporada do Flamboyant In Concert traz, nesta terça-feira (26), dois grandes
nomes da Música Popular Brasileira. Ao contrário de Renato Teixeira, que irá se
apresentar pela terceira vez na vitrine da música, o cantor e compositor Almir
Sater estreia no projeto trazendo um repertório especialmente selecionado para
Goiânia. A inspiração vem do recente trabalho AR. Por isso, entre os clássicos
confirmados, o público pode esperar canções como ‘Romaria’, ‘A Chalana’, ‘Tocando
em Frente’, ‘Amanheceu, Peguei a Viola’ e ‘Comitiva Esperança’.

O trabalho, que reúne os dois
amigos e artífices da música de raiz, está na estrada desde 2015. Por seu
ineditismo e repertório acabou conquistando o prêmio por Melhor Álbum de Música
de Raízes Brasileiras na 17ª edição do Grammy Latino. “Esse disco nasceu da
vontade de fazer novas canções. Não queríamos seguir caminhos já percorridos.
Trabalhar com Almir durante três décadas tem sido muito prazeroso e, mais do
que isso, somos criadores”, ressalta Renato, que despretensiosamente deu início
aos trabalhos.

Ele mostrou ao amigo três músicas:
‘A Flor que a Gente Assopra’, ‘A Primeira Vez’ e ‘O Amor Tem Muitas Maneiras’.
Ao ouvi-las, Almir respondeu: “Renato, com essas músicas começamos nosso disco
hoje”. Moradores da Serra da Cantareira, as faixas começaram a ser gravadas nas
casas de ambos, num cenário bucólico entranhado no caos e na urgência de São
Paulo. Almir assumiu a produção do álbum e convidou o conceituado produtor
americano Eric Silver para também acompanhá-lo na função.

Almir lembra que a tônica foi de
montar um repertório com matizes diversos. “Apesar de sermos parceiros, temos
estilos particulares. Foi possível deixar os dois bem evidentes”. Renato também
está satisfeito com o resultado. “Todas essas músicas têm a cara da gente e
condizem com a história que trilhamos juntos há mais de 30 anos. Nossos
admiradores saberão que ele foi feito com o amor de sempre”, afirma Renato.

Renato Teixeira

Renato Teixeira nasceu em Santos
no dia 20 de maio de 1945. Passou a infância em Ubatuba e a adolescência no
interior do Estado. Mudou-se para Taubaté, onde ele e a família levavam uma
vida melhor. O interesse pela música já era familiar. Seu avô, por exemplo,
tocava bombardino em uma banda. No final dos anos sessenta mudou-se para São
Paulo. Por sorte ou destino, pessoas influentes conheceram suas músicas e logo
as portas se abriram.

Participou do Festival da Record
de 1967 com a música ‘Dadá Maria’, que foi defendida por Gal Costa e por Sílvio
César. Também foi sua primeira gravação, já que Renato Teixeira gravou a
respectiva música juntamente com Gal no disco do evento. Na edição seguinte,
Roberto Carlos foi o intérprete de ‘Madrasta’ também da autoria de Renato.

Na virada dos anos sessenta para
os setenta a música silenciou. Renato então passou a fazer jingles
publicitários para sobreviver. Criou jingles de bastante sucesso como o do
Ortopé, do Rodabaleiro e do Drops Kids Hortelã. Participou efetivamente da
Coleção Música Popular Centro Oeste/Sudeste de Marcos Pereira, onde gravou
algumas canções, entre elas ‘Moreninha Se Eu Te Pedisse’. Com os lucros publicitários, criou o
Grupo Água em parceria com Sérgio Mineiro. Foi com esse grupo que conseguiu
assimilar o espírito da cultura caipira e projetá-la de uma forma contemporânea
para todo o Brasil. Tocaram com Elis Regina e foi um grande sucesso.

Teixeira fez parceria com Almir
Sater, com quem compôs várias músicas de sucesso. Outra parceria que foi
importante para a carreira do artista foi a dupla Pena Branca e Xavantinho.
Juntos gravaram o disco ‘Ao Vivo em Tatuí’, que se transformou num marco no gênero.
Renato toca sua carreira pessoal com uma agenda requisitada e cheia de shows.
Além do seu trabalho solo, faz parte do projeto “Amizade Sincera” com seu
querido amigo Sérgio Reis. O DVD já ganhou disco de ouro e a agenda de shows da
dupla se mantém cheia.

Atualmente se dedica à turnê do
projeto ‘Tocando em Frente’, que une Renato com seus amigos Almir Sater e
Sérgio Reis no mesmo palco. Também se prepara para lançar um segundo álbum com
Almir Sater, repetindo a parceria que rendeu o prêmio por Melhor Álbum de
Música de Raízes Brasileiras na 17ª edição do Grammy Latino ao ‘AR’, primeiro
disco deles. Além do cobiçado gramofone, também ganharam o Prêmio da Música
Brasileira na categoria Dupla Regional em 2016.

Na estrada há anos, seu projeto
de vida é dar continuidade ao sonho de divulgar e difundir o espírito do
caipirismo vale paraibano. Não pela repetição das velhas formas e sim pelo
potencial que esse universo cultural oferece, para que a música brasileira siga
avançando em direção ao futuro. Coerente com a evolução, naturalmente moderna.

Almir Sater

Natural de Campo Grande (MS),
aos doze anos já tocava violão e gostava do mato e dos sons da natureza. Aos
vinte anos mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito, mas desistiu da
carreira de advogado. Retornou a Campo Grande onde formou a dupla Lupe e
Lampião com um amigo. Desfeita a dupla, dedicou-se então ao estudo de viola de
10 cordas, tendo Tião Carreiro como mestre.

Em São Paulo, deu início à
carreira solo. Gravou seu primeiro disco em 1981, ‘Estradeiro’ contando com a
participação de Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões. Fez parte da
Geração Prata da Casa no início dos anos 80, sendo uma das principais atrações
do movimento que juntou os maiores expoentes da música sul-mato-grossense.

Foi escolhido por unanimidade
pela crítica para participar da abertura do Free Jazz Festival, em 1989, ao
lado de nomes sagrados da música mundial. Dono de um talento ímpar e
versatilidade como cantor, compositor, violeiro e instrumentista, sendo reconhecido
como um dos artistas mais completos da música brasileira. Único cantor do país
a cantar em Nashville, nos Estados Unidos, (cidade considerada o berço da
música country americana).

Nos anos 90 ganhou três prêmios
Sharp. Na mesma década estreia como ator. Paralelamente na mesma época, Almir
Sater estabeleceu ricas parcerias com Renato Teixeira e Paulo Simões, que criou
verdadeiras pérolas do cancioneiro regional-popular. Com Sérgio Reis o artista
também fez parcerias. Em 2012 foi apontado pela Revista Rolling Stone Brasil,
entre os 30 Maiores Instrumentistas da guitarra e violão da Música Brasileira. 

Bruna Policena. (Foto: Reprodução)

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