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domingo, 17 de novembro de 2024
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Tiroteio no Colégio Goyazes

Coordenadora que evitou maior trágédia presta depoimento à polícia

O pai do adolescente que efetuou os disparos foi ouvido ontem (20), pela polícia. Os alunos mortos serão enterrados neste sábado.

Postado em 21 de outubro de 2017 por Kamilla Lemes
Coordenadora que evitou maior trágédia presta depoimento à polícia
O pai do adolescente que efetuou os disparos foi ouvido ontem (20)

A coordenadora do colégio também prestou depoimento. Ela foi a responsável por acalmar o adolescente após o ataque que deixou dois mortos e quatro feridos no Colégio Goyazes, no bairro Conjunto Riviera.

Ao sair da sala após efetuar os disparos, o estudante encontrou a coordenadora da escola que começou a acalmá-lo. Ele chegou a apontar a arma contra a própria cabeça, mas a coordenadora conseguir evitar o suicídio e convenceu o estudante a esperar a polícia com ela na biblioteca da escola. O adolescente foi apreendido em flagrante delito e segue sob custódia do estado.

No depoimento que prestou durante a tarde, o autor dos disparos, um adolescente de 14 anos, disse que foi motivado por bullying e que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido em 1999, nos Estados Unidos), e de Realengo (em 2011, no Rio de Janeiro). Há cerca de três meses, ele teria começado a pesquisar informações sobre esses ataques a estudantes na internet. Ele afirmou que começou a planejar a ação há três dias e que teria chegado a desistir.

Os dois policiais militares que foram os primeiros a chegar no local também foram ouvidos. O delegado Luiz Gonzaga, da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais da Polícia Civil de Goiás, vai retomar os depoimentos na segunda-feira. Familiares e professores da escola devem ser ouvidos.

As vítimas

Os dois estudantes que morreram no local do ataque tinham 13 anos. Um dos jovens, segundo o autor dos disparos, era quem praticava o bullying contra ele. Os quatro feridos, que continuam internados, todos têm 13 anos de idade.Uma das vítimas, uma adolescente de 13 anos, segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências da cidade. A menina, que foi ferida na mão, no pescoço e no tórax, teve os dois pulmões perfurados. Segundo informações do hospital, ela passou por uma cirurgia e está sedada e intubada para drenagem torácica bilateral. A menina passou por cirurgia para drenagem do tórax. A outra menina ferida teve um pulmão perfurado e também foi submetida a procedimento cirúrgico, mas está estável e respira sem ajuda de aparelho.

A terceira vítima, do sexo masculino, está estável e segue em avaliação. Os três estão internados no Hospital de Urgências de Goiânia e as informações sobre o estado de saúde deles foram divulgadas pelo diretor técnico do hospital, Ricardo Furtado Mendonça, no fim da tarde desta sexta-feira. A quarta vítima, também um menino, não teve o boletim médico divulgado.

O ataque

O ataque ocorreu por volta das 11h30. A arma usada foi uma pistola que pertencia à mãe do adolescente, que é policial militar. O jovem disse que achou a pistola escondida em um móvel da casa. Nem a mãe nem o pai, que também é policial militar, ensinaram o adolescente a atirar.

Ao retirar a arma da mochila para começar o ataque, ele chegou a efetuar um disparo acidental, mas não se feriu. O disparou assustou a todos e, então o adolescente se dirigiu ao colega que ele identificava como seu desafeto e atirou. O estudante tinha 13 anos e morreu no local. No depoimento, o autor dos disparos narrou que tinha intenção de matar apenas o colega que o “amolava”, mas no momento do ataque, diante do desespero das pessoas e também abalado, continuou atirando. A segunda vítima fatal, que faleceu no local, era seu amigo.

Por volta das 11h48, gravações de áudio já circulavam nos grupos de whatsapp de pais de alunos e funcionários do colégio avisando sobre a tragédia e pedindo que ninguém fosse para o colégio. Era o horário de saída do turno da manhã e alguns pais já chegavam ao local para buscar os filhos.

Repercussão e investigação

Durante a tarde, o governo de Goiás decretou luto oficial de três dias “em solidariedade a todos os envolvidos no lamentável acontecimento”, conforme nota. Dirigentes das secretarias de Segurança Pública e de Saúde se reuniram com o governador em exercício de Goiás, José Eliton. Eles afirmaram que deve ser nomeada uma equipe multidisciplinar para acompanhar as famílias das vítimas.

A Polícia Civil periciou o local do ataque durante a tarde e também realizou busca e apreensão na casa do adolescente autor do disparos. O delegado não quis informar o que foi apreendido para preservar a investigação. Os nomes dos jovens envolvidos também não foram divulgados para preservar as famílias.

Vizinhos, ex-alunos e parentes de estudantes fazem uma vigília em frente ao colégio na noite desta sexta-feira. Cerca de 80 pessoas acenderam velas e depositaram flores no local. O colégio funciona no bairro há cerca de 25 anos com turmas do maternal até o nono ano do ensino fundamental. 

Enterro

Os corpos dos dois adolescentes mortos no ataque a tiros no Colégio Goyazes, em Goiânia, serão enterrados na manhã de hoje (21) em cemitérios da cidade. Os corpos foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) na noite de ontem (20) e estão sendo velados desde a madrugada.

Um dos sepultamentos ocorrerá às 10h no cemitério Parque Memorial, e o outro às 11, no Cemitério  Jardim das Palmeiras. 

Informações Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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