Enterrados os corpos dos adolescentes mortos em escola em Goiânia
“Falo como pai do João Pedro, de uma criança que perdeu a vida. Eu espero que toda a sociedade e os pais dele e os outros pais o perdoem. Temos que perdoá-lo”, disse Luciano Marcatti Calembo
Os corpos dos estudantes João Pedro Calembo e João Vitor
Gomes, ambos de 13 anos, mortos por um colega na escola, foram enterrados neste
sábado (21) em cemitérios de Goiânia.
O sepultamento de João Pedro
ocorreu às 10h45 no cemitério Memorial da Saúde. O pai dele, o publicitário
Luciano Marcatti Calembo disse que perdoa, e espera que a sociedade também
perdoe o adolescente que tirou a vida do filho dele e do colega de sala, João
Vitor. Durante o velório, o publicitário pediu que
todos os pais “cuidem de seus filhos”
“Falo como pai do João
Pedro, de uma criança que perdeu a vida. Eu espero que toda a sociedade e os
pais dele e os outros pais o perdoem. Temos que perdoá-lo”, disse.
O ataque
O ataque ocorreu por volta das
11h30. A arma usada foi uma pistola que pertencia à mãe do adolescente, que é
policial militar. O jovem disse que achou a pistola escondida em um móvel da
casa. Nem a mãe nem o pai, que também é policial militar, ensinaram o
adolescente a atirar.
Ao retirar a arma da mochila para
começar o ataque, ele chegou a efetuar um disparo acidental, mas não se feriu.
O disparou assustou a todos e, então o adolescente se dirigiu ao colega que ele
identificava como seu desafeto e atirou. O estudante tinha 13 anos e morreu no
local. No depoimento, o autor dos disparos narrou que tinha intenção de matar
apenas o colega que o “amolava”, mas no momento do ataque, diante do desespero
das pessoas e também abalado, continuou atirando. A segunda vítima fatal, que
faleceu no local, era seu amigo.
As vítimas
Os dois estudantes que morreram
no local do ataque tinham 13 anos. Um dos jovens, segundo o autor dos disparos,
era quem praticava o bullying contra ele. Os quatro feridos, que continuam
internados. A adolescente Isadora de Morais, de 13
anos, segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital de Urgências da cidade. A menina, que foi ferida na mão, no pescoço e
no tórax, teve os dois pulmões perfurados. Segundo informações do hospital, ela
passou por uma cirurgia e está sedada e intubada para drenagem torácica
bilateral.
Lara Fleury Borges, de 14 anos, está internada na enfermaria do
Hospital dos Acidentados em estado estável e respirando espontaneamente. Já, Marcela
Rocha Macedo, de 13 anos, que também foi baleada no tórax, teve o pulmão esquerdo
perfurado, passou por cirurgia e está internada na enfermaria. Paciente está
consciente e respirando sem aparelhos. Yago Marques, também de 13 anos, foi atingido no tórax
com menor gravidade e não será preciso passar por cirurgia. Ele respira
normalmente.
Foto: TV Anhanguera