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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Colégio Goyazes

Pais negam problemas no comportamento de garoto

Ministério Público (MP-GO), por meio do promotor de Justiça, Frederico Augusto Santos, pediu que menino passe por avaliações psicológicas

Postado em 28 de outubro de 2017 por Sheyla Sousa
Pais negam problemas no comportamento de garoto
Ministério Público (MP-GO)

*Marcus Vinícius Beck

Os pais do adolescente de 14 anos que matou dois colegas e deixou outros quatro feridos – sendo uma das vítimas tetraplégicas -, no Colégio Goyazes, na região leste de Goiânia, prestaram depoimento na manhã da última sexta-feira (27) em audiência no Juizado da Infância de Juventude da Capital. Foram ouvidos o próprio menor e os pais dele, que voltaram a defender que o menino nunca apresentou problemas comportamentais, o que foi mais uma vez usado como estratégia pela defesa do jovem. 

Segundo a defensora do adolescente, Rosângela Magalhães, o propósito da avaliação é constatar se o garoto possui alguma perturbação ou desvio de conduta que possa ter motivado o ataque. A defensora frisou que, mesmo com o pedido, os pais do adolescente afirmaram que ele nunca mostrou qualquer tipo de desvio de comportamento. Ela declarou que não há uma data precisa que informe quando o estudante será avaliado. 

A sugestão de examiná-lo psicologicamente foi sugerida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por meio do promotor de Justiça Frederico Augusto Santos. Rosângela, por sua vez, possui até a próxima segunda-feira (30) para apresentar a defesa escrita para a juíza responsável pelo caso. Com isso, disse a advogada, as testemunhas devem ser ouvidas numa mesma audiência. Durante a audiência, Rosângela salientou que a família do menino está abalada e que o filho deles nunca teve qualquer comportamento fora do normal. 

Durante o depoimento, o menino afirmou que está arrependido pelo crime que cometeu. Por isso, em sua fala, a defensora usou o apelo familiar como justificativa para que ele passasse por avaliação psicológica. De acordo com ela, o adolescente sempre foi um jovem que jamais causou quaisquer preocupações à família, que sempre teve relações harmônicas. O pai do menino já havia prestado depoimento à Polícia Civil na última segunda-feira (23). Na ocasião, ele disse que não tinha noção de que o filho era vítima de bullying.

Além disso, a família estava tentando evitar que o adolescente fosse condenado à punição máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que são três anos de detenção, até que o suspeito complete 18 anos. A defesa, dias antes da audiência da última sexta-feira, pretendia alegar que o jovem nunca teve qualquer violação à lei. Na última segunda-feira, o pai do jovem disse ao jornal Folha de São Paulo que tudo não tinha passado de um mal entendido e de uma fatalidade. 

Crime

Na manhã de sexta-feira (20), o adolescente esperou o intervalo para sacar a arma que trazia na mochila e matar duas pessoas e deixar outras quatro feridas. Eram todos seus desafetos. A arma, que era da Polícia Militar (PM) e estava sob responsabilidade da mãe dele, era uma .40. Após o crime, ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), seguindo para a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) e, posteriormente, foi para um centro de integração, onde deve permanecer por 45 dias. 

O tenente-coronel, Marcelo Granja, afirmou que o crime aconteceu por volta das 11h50 min de sexta-feira (20). Na época, Granja confirmou que o jovem havia mesmo utilizado uma arma que era da PM. “As escolas não fiscalizam as mochilas das crianças que entram e saem dos colégios”, disse Granja. 

*Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian

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