Desarticulada organização criminosa que fraudava concursos e vestibulares
Fora dado cumprimento a oito mandados de prisão preventiva, 11 mandados de condução coercitiva e 17 mandados de busca e apreensão
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta segunda-feira (30)
a terceira fase da Operação Porta Fechada, visando desarticular uma organização
criminosa que atua na fraude de concursos e vestibulares por todo País.
Segundo Rômulo Figueredo de Matos, delegado responsável pelo
caso, fora dado cumprimento a oito mandados de prisão preventiva, 11 mandados
de condução coercitiva e 17 mandados de busca e apreensão, nas cidades de
Goiânia, Nova Glória – GO e Brasília – DF, em virtude da prática dos crimes de
organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude em concurso público,
corrupção ativa e passiva.
Nesta fase da operação concluiu-se as investigações
atinentes ao concurso de Delegado de Polícia com a certeza de que os treze
primeiros colocados na prova objetiva foram aprovados mediante a compra de suas
vagas. O esquema consistiu na entrega das folhas respostas em branco ou com
apenas poucas questões preenchidas, sendo que no dia seguinte à aplicação da
prova um funcionário do CEBRASPE (antigo CESPE) subtraiu os cartões respostas,
os preencheu indevidamente no período noturno, quando já era possível acessar
os gabaritos na área do candidato, e os devolveu posteriormente para
digitalização e conferência de erros e acertos.
O delegado Rômulo representou pela prisão dos integrantes da
organização criminosa, considerando que esse grupo criminoso vem agindo de
forma reiterada e constante em diversos outros concursos e vestibulares por
todo País. Durante a colheita de provas da venda de vagas e fraude do Concurso
de Delegado, fora encontrada pela DERCAP, delegacia que apura crimes contra
Administração Pública, fortuitamente, provas da venda de vagas do ENEM 2016.
Por tal motivo, a DERCAP instaurará novos inquéritos para
apurar outras fraudes em Goiás, bem como oficiará a Polícia Federal e as
Polícias Civis de outros Estados, encaminhando as provas de fraudes e venda de
vagas de concursos de outros estados.
Ao final, o delegado Rômulo enalteceu o posicionamento firme
e justo da Juíza de Direito Placidina Pires e do Promotor de Justiça Mozart
Brum: “A Dra. Placidina e o Dr. Mozart vêm ao longo dos anos combatendo
incansavelmente o crime, em prol sociedade goiana e ao lado da verdade e da
justiça”, disse
Resumo – O
caminhar das investigações indica que o servidor do CEBRASPE, Ricardo
Nascimento da Silva, no dia seguinte à aplicação da prova objetiva, data de
06/02/2017, subtraiu os cartões respostas, ao menos, de 16 candidatos, os quais
haviam entregado os mesmos praticamente em branco, por orientação da
organização criminosa. Após o indevido preenchimento de 13 desses cartões
respostas, Ricardo os devolveu ao CEBRASPE na data de 07/02/2017, para
digitalização e conferência de erros e acertos. Tal conduta, propiciou a
aprovação fraudulenta dos 13 primeiros colocados na prova objetiva.
Importante destacar, que os outros três cartões respostas
subtraídos não foram preenchidos em virtude de desacordo quanto ao pagamento
entre aliciadores e candidatos, motivo pelo qual estes não foram aprovados.