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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Fruto do Cerrado

Pesquisa da UFG constata que pequi do Tocantins é menos calórico

Três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas Gerais

Postado em 6 de novembro de 2017 por Márcio Souza
Pesquisa da UFG constata que pequi do Tocantins é menos calórico
Três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal

Fruto nativo do Cerrado, o Pequi
está presente na vegetação de quase todas as regiões do País. O que pouca gente
sabe é que, dependendo da sua origem, ele pode apresentar diferenças
nutricionais. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
analisou pequis dos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais e
concluiu que o fruto coletado no Tocantins é o menos calórico e o que contém
mais cálcio. Já os pequis coletados no norte de Minas Gerais e oeste de Mato
Grosso apresentam polpa mais gordurosa.

As variações foram encontradas em
frutos da mesma espécie, porém oriundos de áreas diferentes do Cerrado. Segundo
a responsável pelo estudo e professora da Faculdade de Nutrição da UFG, Maria
Margareth Veloso Naves, é raro existir esse tipo de diferença em frutos da
mesma espécie. “É mais comum que isso ocorra com micronutrientes, como
vitaminas e minerais, e não referentes a lipídios ou proteínas, por exemplo.
Mas no pequi identificamos essa peculiaridade”.

De acordo com os dados da
pesquisa, três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético
duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas
Gerais.  Por outro lado, os frutos procedentes do Tocantins possuem teor
de cálcio duas vezes maior do que o observado nas polpas dos frutos das outras
áreas. Se comparado com  outros frutos nativos como cupuaçu e graviola, a quantidade
de cálcio chega a cinco vezes mais.

A boa notícia é que mesmo os
pequis do norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso, que têm maior
quantidade de lipídios, podem contribuir para a promoção e manutenção da saúde.
Segundo o estudo, 60% dos lipídios do fruto são gorduras saudáveis, que reduzem
o risco cardiovascular.

Mais coloridos e gordurosos

A pesquisa também observou a
coloração dos frutos, que varia de acordo com a quantidade de carotenóides. Os
pequis coletados no norte de Minas Gerais e Mato Grosso são mais
laranja-avermelhados, ou seja, possuem mais dessa substância. Enquanto os
frutos procedentes do Tocantins e Goiás têm polpa amarela clara, quase branca.
Ao relacionar a quantidade de lipídios com a cor e o teor de carotenóides, a
pesquisa concluiu que os pequis gordurosos são também os com coloração mais
forte.  

Agora, o próximo passo do estudo
é avaliar os tipos de carotenóides presentes no fruto. “Queremos saber, em cada
tipo de polpa, se os carotenóides são antioxidantes, se podem contribuir para
retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a
visão”, afirma Maria Margareth Veloso Naves. 

Foto: Reprodução 

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