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domingo, 1 de setembro de 2024
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Protestos

Preço alto nas bombas eleva custo dos alimentos

Impacto pode ter reflexo imediato no bolso do consumidor

Postado em 15 de novembro de 2017 por Sheyla Sousa
Preço alto nas bombas eleva custo dos alimentos
Impacto pode ter reflexo imediato no bolso do consumidor

Marcus Vinícius Beck*

Se os protestos contra o aumento dos preços da gasolina e do etanol persistirem, as bombas dos postos de combustível devem amanhecer nesta quinta-feira (16) em situação de desabastecimento na Região Metropolitana de Goiânia. Os protestos, que reivindicam a diminuição do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), contam com a adesão de pelo menos 250 caminhoneiros. Na Capital, o litro da gasolina comum gira em torno de R$ 4,49 e do etanol R$ 3,29. Até o fechamento desta edição, cerca de 60 postos não contavam com nenhuma gota de combustível nas bombas. 

Desde que foi anunciado o aumento do ICMS, o impacto da alta dos preços passou a ser sentido imediatamente no bolso do consumidor. Os últimos dias foram marcados por ajuste quase diários anunciados pela Petrobrás. Segundo o economista Marcus Antônio Teodoro, essas medidas vão se refletir no orçamento da população, com o aumento de produtos farmacêuticos e alimentícios, por exemplo. “O impacto não vai ser dos melhores, pois o reflexo no bolso do consumidor vai ser imediato”, explica. 

Segundo o porta-voz do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Antônio Carlos, se as manifestações permanecerem, a situação do desabastecimento deve piorar ao longo do fim da semana. “Postos do interior também já apresentam o mesmo problema que vários postos de Goiânia”.

As estradas das distribuidoras de combustíveis foram bloqueadas em Goiânia e Senador Canedo por manifestantes contrários ao aumento do ICMS na última segunda-feira (13). Eles impediram a saída de caminhões-tanque para os postos, e criticavam a taxação sobre combustíveis. Como reflexo da mobilização, gasolina e etanol já começaram a faltar em alguns postos da Capital. Paralelamente, a Petrobrás informou que haveria um aumento de 1,2% no preço da gasolina. 

Os protestos contra o aumento devem continuar, pois os organizadores ainda não foram ouvidos pelas autoridades a respeito da taxação dos combustíveis. O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado apoiam as manifestações.

Incômodo

O Hoje fez um giro por alguns postos da Capital e percebeu que realmente há falta de combustíveis. O motorista particular por aplicativo, Luiz Cláudio Cavalcante, 41, crê que a alta dos combustíveis vai impactar o salário do motorista, tornando-o cada vez menor. Com isso, ao terminar uma corrida, ele sempre busca um melhor posicionamento em Goiânia para aumentar o número de viagens.  “Terminamos a corrida, andamos alguns metros e já desligamos o carro e esperamos a próxima chamada”, relata.

O estudante Vitor Hainy, 22, conta que no Setor Leste Vila Nova, na região norte de Goiânia, já se sente o impacto dos protestos. “A tendência é tudo voltar ao normal quando as distribuidoras forem desbloqueadas. Nos últimos dias houve uma procura porque o pessoal ficou preocupado de ficar sem combustível”, afirma o estudante.

Outros condutores também sentem o reflexo das manifestações. “No feriado, ficamos com o carro estacionado em casa, já que muitos postos não tinham combustível para suprir a demanda”, diz o vendedor Marco Polo, 43. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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