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domingo, 1 de setembro de 2024
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Inflação

MP pede que postos reduzam os preços

Medida que irá diminuir o valor do combustível faz parte de inquérito civil público. Procon diz que lucro está acima do praticado em outros estados

Postado em 17 de novembro de 2017 por Sheyla Sousa
MP pede que postos reduzam os preços
Medida que irá diminuir o valor do combustível faz parte de inquérito civil público. Procon diz que lucro está acima do praticado em outros estados

Marcus Vinícius Beck*

Postos de combustíveis devem começar a retomar a margem de lucro média praticada em julho deste ano dos preços de etanol e gasolina, na Região Metropolitana de Goiânia. A Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon) concluiu que o aumento da margem foi o principal responsável pela alta dos preços – alguns postos chegaram a vender gasolina quase a R$ 5 o litro. O reabastecimento dos postos está sendo retomado após protesto que bloqueou por três dias a entrada e saída das distribuidoras de combustíveis em Goiânia e Senador Canedo. 

A medida faz parte de uma das ações do inquérito civil público que está em andamento pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) para apurar possíveis práticas de preços abusivos. De acordo com a superintendente do Procon, Darlene Araújo, o lucro está acima do dobro praticado em outros estados. Em Goiás, o lucro bruto da gasolina gira em torno de R$ 0,60. No Paraná, por exemplo, o valor é de R$ 0,30. Para ela, o aumento dos preços dos combustíveis se deu por conta da margem de lucro elevada dos postos. 

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) crê que os protestos podem gerar uma redução no percentual de lucros dos estabelecimentos. A entidade diz que cada dono de posto tem de refletir acerca dos preços cobrados. O Sindiposto justifica que o preço da gasolina é livre, porém em cenário de crise o valor cobrado não pode ser alto, mesmo com as adversidades como o aumento do preço pago nas distribuidoras. 

Descontentes com o aumento, motoristas de vans, caminhões e aplicativos começaram a protestar na madrugada da última segunda-feira (13). Os manifestantes bloquearam a entrada e saída de caminhões-tanque nos locais. Com a ação, pelo menos 12 milhões de litros de combustíveis deixaram de circular. De acordo com estimações do Sindiposto, o protesto causou prejuízo de aproximadamente R$ 40 milhões ao setor. 

Diante disso, em Minaçu, no interior do Estado, o valor do litro da gasolina chegou a R$ 5,02. Os postos em inúmeras cidades do interior ficaram sem o combustível. Nos locais em que se encontrava combustível o motorista enfrentava filas enormes para abastecer o veículo. 

Reclamações

A reportagem de O Hoje conversou com vários motoristas nos últimos dias, e constatou que eles estão apreensivos com o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Motoristas por aplicativos, por exemplo, já sentem o impacto da alta dos combustíveis. “Terminamos uma corrida, andamos alguns metros e já desligamos o carro e esperamos a próxima chamada”, relatou na última terça-feira (14) o motorista por aplicativo, Luiz Cláudio Cavalcante, 41. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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