Gabriella Starneck*

A atriz Maitê Proença se apresenta com a peça A Esposa Ideal, no sábado (2) e domingo (3), no Teatro Madre Esperança Garrido, em Goiânia. Baseada no conto A Esposa de Bath, personagem dos Contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer, o enredo ocorre à beira de uma estrada, em plena Inglaterra medieval, onde uma mulher de vasta experiência e de ardorosa oratória conta a história de sua vida. 

Segundo a atriz, embora o enredo da peça traga algum tipo de reflexão, o maior destaque de A Esposa Ideal é o entretenimento. “Há muitos ensinamentos, mas a grandeza está no humor, na graça com assuntos que não envelhecem e são tratados com ironia rasgada. Além disso, nossa adaptação é absolutamente atual, contemporânea. Nunca tive uma reação do público como temos aqui, quase unânime, nunca vi 100% da plateia sair tão contente e agradecida”, diz Maitê em entrevista ao Essência.

Sinopse 

A Esposa Ideal é uma criação de Maitê Proença com o Amir Haddad, e traz uma história que se passa em plena Inglaterra medieval à beira de uma estrada. Uma mulher de vasta experiência e de ardorosa oratória conta a história de sua vida, ao mesmo tempo inusitada e exemplar, universal e única: seus amores incansáveis, seus rigorosos rancores, suas paixões e vinganças, sua peregrinação à Terra Santa, suas traições e sua grandeza, seu conhecimento profundo do pecado, da salvação e do espírito humano. Além disso, sua odisseia pessoal é entremeada com o relato fantástico de uma época imaginária: o mundo das lendas do Rei Artur, quando seres feéricos andavam pela Terra disfarçados em forma humana.

A Esposa Ideal é inspirada no conto A Esposa de Bath, personagem dos Contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer. Os Contos de Chaucer – obra fundadora da literatura inglesa – foram escritos a partir de 1387 e ajudaram a sedimentar a língua, a poesia, a ficção e a oratória de todo um país. “A peça é a adaptação de um texto que sobrevive há 600 anos.  Há seis séculos, as pessoas consideram isso extraordinário, e não é à toa. É coisa de um gênio, desses que aparecem na humanidade muito de vez em quando”, afirma Maitê.

De acordo com a atriz, Chaucer foi um visionário ousado ao escrever um texto libertador e colocá-lo na boca de uma mulher: “O casamento é uma instituição que favorece o homem. A ele, são permitidas liberdades que as mulheres não podem ter. Ainda é assim, tanto que as mulheres saem da peça, vitoriosas, e dizem: ‘Vou colocar isso em prática lá em casa!’. Já os homens saem às gargalhadas pensando em como colocar um cabresto naquela ‘abusada’; e, os jovens, desimpedidos, todos impactados com a graça que pode ter um texto de tanto conteúdo”. 

Maitê Proença

A atriz afirmou que escolheu protagonizar a peça, porque resolveu só fazer, de agora em diante, o que ela considera de real valor. Contudo Maitê destaca que não interessa falar apenas para poucas pessoas, mas sim para uma plateia cheia.  “Eu queria algo que batesse na veia do público, que ele saísse chacoalhado e surpreso por ter aliado qualidade com diversão, num cenário que tem oferecido tão pouco disso”, ressalta.

Maitê diz que a principal dificuldade encontrada para interpretar a personagem está relacionada à duração, porque, embora a peça seja curta, ela é intensa.  “Todo o enredo foi compactado em 55 minutos enxutos”, afirma a atriz, que completa:  “A direção do Amir Haddad é moderna, despojada, exigindo o melhor de um ator. É o personagem certo na hora certa; estou mais preparada hoje do que jamais estive. Mas é claro que isso exigiu muita entrega. E não estou sozinha em cena. Alessandro dança comigo, dialoga, troca cenário a vista do público, faz a sonoplastia, nada é escondido na nossa forma de fazer teatro. Muitas vezes, falo diretamente com a plateia, mas sem desrespeitá-la”, completa. 

Apresentação

Maitê destaca que o público pode esperar diversão e reflexão durante a peça. A atriz brinca que os casados podem sair com uns beliscões do cônjuge; os mais jovens podem sair pensando em coisas que não lhes havia ocorrido e com vontade de namorar, mas talvez, agora, de um jeito diferente. “Eu convido o público para embarcar em uma viagem comigo no início do espetáculo. E, até aqui, ele tem topado. Acho que em Goiânia não será diferente”, finaliza a protagonista.

*Gabriella Starneck é integrante do programa de estágio do jornal O HOJE, sob orientação da editora Flávia Popov.

SERVIÇO

Maitê Proença em ‘A Esposa Ideal’

Quando: sábado (2) às 21h e domingo (3) às 18h

Onde: Teatro Madre Esperança Garrido

Valores: R$ 40 (meia) – antecipados com 1kg alimento (lote de lançamento). 

Após lote promocional: R$ 80 (inteira) R$ 40 (meia-entrada)