Mais de 1,2 mil pessoas perdem emprego em Goiás
Economia fraca propicia demissões no setor da segurança privada. Fator contribui para crescimento da sensação de insegurança da população
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Entre janeiro de 2015 e setembro de 2017, aproximadamente 73 mil vagas foram fechadas na segurança privada em todo o Brasil, segundo informações do Ministério do Trabalho. No ano passado, a atividade apresentou saldo negativo entre o fluxo de admissões e demissões, tendo sido encerrados em torno de 31,3 mil postos de trabalho em todo o país. Só em Goiás foram 1.242 pessoas que perderam seus empregos no período, quase metade desses desligamentos ocorreu somente em 2017, quando o saldo entre admissões e demissões ficou negativo em 522 vagas.
Para analisar o setor de segurança privada é necessário levar em consideração dois fatores essenciais para sua evolução: o crescimento físico do número de trabalhadores e o processo pelo qual se dão os reajustes salariais, os quais são imediatamente absorvidos pelos contratos. Com a crise vivenciada pelo país a partir de 2015, as reduções ocuparam o lugar dos aumentos físicos e quantitativos, uma vez que o setor foi diretamente atingido pelo impacto negativo na economia.
Para piorar o quadro existe a sensação de insegurança da população. Dados divulgados recentemente pelo 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que 61,5 mil cidadãos perderam a vida de forma violenta em 2016 no Brasil, por homicídio doloso, um aumento de 3,8% em relação a 2015. Quase 3 mil pessoas foram vítimas de latrocínio, que é o roubo seguido de morte; e mais de 1 milhão de veículos foram furtados entre 2015 e 2016. Também causa preocupação a informação sobre os investimentos de municípios, Estados e União em políticas públicas de segurança, que caíram 2,6% nesse período.
Esses dados mostram, segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores e de Cursos de Formação do Estado de Goiás (Sindesp-Goiás), Leonardo Otoni, que o setor se beneficia de uma economia forte, não de criminalidade alta, já que o Brasil vive uma onda de violência sem precedentes e o setor também amarga uma depressão. “Estamos percebendo desde 2015 uma queda significativa na geração de emprego no segmento. O setor está em crise, o que pode afetar a segurança das pessoas, já que a vigilância e segurança privada geram um sentimento de confiança no cidadão”, afirmou.
O presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), Jeferson Furlan Nazário, explicou que uma das funções da segurança privada é atuar de forma complementar à segurança pública no combate à criminalidade. Os vigilantes fazem a segurança preventiva de empresas, indústria, comércios, bancos e condomínios, órgãos públicos, escolas e hospitais, o que libera o efetivo policial para atuar nas ruas. “É uma parceria que aumenta substancialmente a segurança e a sensação de proteção da população. O cidadão se sente muito mais tranquilo. O bandido tem um estímulo extra para agir quando chega a um local e não encontra nem vigilantes, nem policiais”, argumentou.
(Assessoria)
Foto: Reprodução