O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

sábado, 31 de agosto de 2024
Estreia

Documentário resgata história da banda mais antiga de Goiás

Filme será exibido em Goiânia, nesta sexta (15), com apresentação especial da 13 de Maio

Postado em 15 de dezembro de 2017 por Sheyla Sousa
Documentário resgata história da banda mais antiga de Goiás
Filme será exibido em Goiânia

Bruna Policena*

Após o sucesso do lançamento em Corumbá em Goiás, sede do grupo, agora é a vez do público goianiense conhecer a história da Corporação Musical 13 de Maio – banda mais antiga do Estado com atividade ininterrupta. A exibição do documentário, que conta esta trajetória de 127 anos de amor à música, está marcada para esta sexta-feira (15), às 20h, no Centro Cultural UFG. A sessão especial terá a presença dos músicos – de 12 a 82 anos – vindos de Corumbá de Goiás.  A entrada é gratuita.

Eles farão uma participação especial antes da exibição de Memórias de uma banda centenária – Corporação Musical 13 de Maio, apresentando cinco músicas ao público presente: Mão de Luva, de Joaquim Naegele; Sonho de Viagem, de autor anônimo; Passo do Gengelin, de Benedito Odilon Rocha; Xote das Meninas, de Luiz Gonzaga; e A Deus, de Antônio Augusto Silva. Finalizado em setembro de 2017, este videodocumentário traz entrevistas com testemunhas de passagens marcantes da banda. Traz, ainda, registros de formações antigas e apresentações recentes. Juliana Corso e Marcos Botelho assinam a direção; Fernanda Botelho é a produtora. 

Com o intuito de preservar os saberes e as histórias da banda transmitidos oralmente, o maestro Marcos Botelho criou o projeto Em busca da memória de uma banda centenária: resgate da história oral da Corporação Musical 13 de Maio, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2015-2016, que deu fruto a um documentário e um website (banda13demaio.com.br). Sua história foi pesquisada durante 12 meses por uma equipe de musicólogos especializados em História da Música. Eles coletaram relatos orais e levantaram fotos, partituras, matérias de jornais, atas e outros documentos. O projeto também rendeu vários artigos científicos.

Projeto

O professor Marcos, que é carioca, conta do seu encantamento pelas bandas ‘amadoras’ de Goiás, cujas peculiaridades surpreenderam – e muito – quando comparadas às suas experiências no Rio de Janeiro. Ele explica que essas corporações são associações civis, regulamentadas e sem fins lucrativos, sendo assim, a 13 de Maio (e tantas outras) são mantidas pela própria comunidade. E sobre a vivência durante sua pesquisa em Corumbá de Goiás, Marcos ressalta: “Não dá para pensar nas atividades e na história da cidade sem pensar na banda, pois Corumbá ainda funciona regida pelo calendário de festividades religiosas e datas comemorativas, e a banda sempre esteve presente”.

E o projeto busca justamente pesquisar sobre as construções musicais, dialogando com a cultura goiana dentro do trabalho da banda, durante estes 127 anos. Marcos conta que há deficiência de registros documentais  (não só em Goiás) sobre bandas como um todo: “O documentário tem como funcionalidade resgatar as memórias da banda por meio da história oral, dos relatos e de testemunhos dos integrantes ainda vivos e dos corumbaenses”. A partir do projeto, o professor relata que conheceu festividades goianas como as Cavalhadas, as comemorações da Sexta-feira Santa e as Folias de Reis da Festa do Divino.

As ações integram o projeto, e a iniciativa é uma realização do Ministério da Cultura e do governo federal, com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Rumos Itaú Cultural, do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) e do Governo de Goiás. São parceiros do projeto a Escola de Música e Artes Cênicas (Emac/UFG), a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/UFG), a Universidade Federal de Goiás (UFG), a Prefeitura de Corumbá de Goiás, a Corumbá Concessões e a Unicom.

Escola

Fundada em 1890, a Corporação Musical 13 de Maio participou dos principais eventos políticos, religiosos, sociais e culturais da região de Corumbá de Goiás. O grupo teve ainda papel importante na formação de novos músicos e compositores. Parte deles saiu de Corumbá para integrar outras bandas profissionais e amadoras do Estado de Goiás. “Goiás tem forte tradição de grupos musicais, desde o século 18, já no início das primeiras vilas. Mas a trajetória e a história destes grupos têm sido muito negligenciadas, e muitas vezes começam a ser esquecidas”, afirma o professor Marcos Botelho, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Coordenador do projeto, ele destaca que a 13 de Maio é uma das grandes representantes desta tradição no Estado.

Quando de seu surgimento, a idade média dos componentes era de 19 anos, uma vez que o próprio líder dos fundadores, filho do coronel Luiz Fleury de Campos Curado, Antônio Felix Curado (coronel Felinho), tinha, então, 18 anos de idade e, durante toda a sua primeira fase, os jovens predominaram em seu quadro de músicos. Hoje, a Corporação Musical, entidade sem fins lucrativos, possui uma média de 50 integrantes efetivos, todos voluntários, das diversas classes sociais e faixas etárias, sendo composta não só por homens, como foi até início da década de 1870, mas também por mulheres, executando instrumentos de sopro e percussão e apresentando peças musicais dos mais variados estilos. 

Atualmente, a banda não possui filiação partidária, mas continua com participação ativa nos acontecimentos religiosos, cívicos e culturais da comunidade corumbaense, atuando, também, nas diversas cidades do Estado de Goiás e na região administrativa do Distrito Federal. Possui, ainda, uma geração recente de compositores e uma constante formação de novos músicos que, além de comporem para a 13 de Maio, contribuem em outras bandas profissionais e amadoras de Goiás.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Sessão especial de exibição do documentário ‘Memórias de uma banda centenária – Corporação Musical 13 de Maio’ e apresentação ao vivo

Quando: sexta-feira (15) às 20h 

Onde: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, nº 1.533, Setor Leste Universitário – Goiânia)

Entrada gratuita 

Veja também