Brasileiros terão ceia de Natal mais barata este ano, indica pesquisa da FGV
Pesquisa revela que os itens que compõem a ceia de Natal ficaram 7,68% mais baratos do que no ano passado
A ceia deste Natal dos brasileiros vai ser mais farta e mais
em conta, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Pesquisa divulgada
hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV revela que os
itens que compõem a ceia de Natal ficaram 7,68% mais baratos do que no ano passado,
e abaixo da inflação média registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor-10 da
FGV no acumulado de janeiro a dezembro deste ano (3,24%).
O economista do Ibre e coordenador do IPC da FGV, André Braz,
confirmou que a cesta de alimentos recuou tanto porque 2017 foi um ano bom para
a agricultura, teve oferta grande de alimentos. “Com a oferta garantida, o
preço não sobe muito. Então, devolveu parte daqueles aumentos acumulados em
2016, onde a mesma cesta subiu mais de 10%. Este ano, foi a vez da devolução e
boa parte dela veio nesse resultado, com essa queda de mais de 7%”, observou
Braz.
Segundo o economista, não vai haver muita dificuldade para as
famílias comprarem produtos para a ceia. Destacou, entretanto, que para as
pessoas que perderam o emprego e estão vivendo o drama da recessão, não adianta
os preços ficarem mais baixos, porque não têm como comprar.
Entre os itens natalinos que apresentaram maiores quedas de
preço, o levantamento da FGV salienta as frutas, com menos 13,86%; farinha de
trigo (-12,83%); bacalhau (-12,31%); arroz (-11,25%); batata-inglesa (-9,32%).
Em contrapartida, os maiores aumentos foram apurados em lombo suíno (+6,58%),
cebola (+5,60%) e vinho (+5,11%).
Presentes
A cesta de presentes mais comuns no período natalino subiu
somente 0,67%, o que pode estimular mais compras por parte dos consumidores.
“Subiu pouco, perdeu para a inflação e isso, para quem fez economia para
comprar presentes, é o melhor negócio. É uma fase em que as pessoas consomem um
pouco mais, tem o décimo terceiro”.
André Braz advertiu, porém, que, para aqueles que não se
prepararam ou que têm outras prioridades para presente, é momento de se provisionar
um pouco, porque ainda que os indicadores mostrem que a economia está se
aquecendo, o crescimento é lento e o desemprego ainda está elevado. “É melhor
fazer uma garantia e gastar pouco com presentes para driblar melhor esse
período de recuperação da atividade econômica”, recomendou.
Apesar de alguns artigos eletroeletrônicos e
eletrodomésticos, como aparelho celular, forno elétrico e de micro-ondas, terem
apresentado quedas expressivas de preços (6,57% e 4,16%, respectivamente), Braz
destacou que as pessoas não devem ir com muita ânsia às compras. “O momento não
é muito convidativo e a gente ainda tem um período longo de recuperação, que
deve durar em torno de um ano e meio a dois anos”, ponderou.
Para quem se preparou e está pensando em presentear alguém
com um item novo, o economista avaliou que está tudo bem; faz parte do
movimento do Natal. Mas sublinhou que preços promocionais ocorrem toda hora. O
mais interessante para ele, no momento, é a pessoa provisionar algum dinheiro
para momentos difíceis. “Enquanto a economia está retomando, ainda há risco de
alguns brasileiros sofrerem com desemprego ou prolongarem a situação de
desempregados. Então, é bom ter uma reserva para driblar esses momentos”.
De acordo com o levantamento do Ibre-FGV, vestuário subiu
0,66%, com destaque para calçados infantis (alta de 5,67%). Já a variação de
acessórios do vestuário foi positiva em 3,82%, destacando bijuterias em geral,
que subiram 7,07% este ano. O item livros, artigos esportivos e jogos teve alta
de 1,09%. Nesse item, a maior variação positiva foi encontrada em jogos para
recreação (4,29%), enquanto a maior deflação foi encontrada em bonecas
(-3,91%).
Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Agência O Globo/Fábio Rossi)