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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Dados

Gastos com saúde crescem mesmo em meio à crise e atingem 9,1% do PIB

Embora os gastos das famílias com saúde tenham sido superiores ao do governo, pouco menos de 50 milhões de pessoas têm plano de saúde no país

Postado em 20 de dezembro de 2017 por Victor Pimenta
Gastos com saúde crescem mesmo em meio à crise e atingem 9
Embora os gastos das famílias com saúde tenham sido superiores ao do governo

O consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil cresceu
em 2015, um dos piores anos da crise econômica, e atingiu R$ 546 bilhões, o
equivalente a 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas
produzidas no país naquele ano). Desse total, R$ 231 bilhões (3,9% do PIB)
corresponderam a despesas de consumo do governo e R$ 315 bilhões (5,2% do PIB),
a despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias.

Os dados fazem parte da Conta-Satélite de Saúde Brasil
2010-2015, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga
hoje (20), com informações sobre produção, consumo final e comércio exterior de
bens e serviços relacionados à saúde, bem como informações sobre trabalho e
renda nas atividades que geram esses produtos.

Embora os gastos das famílias com saúde tenham sido
superiores ao do governo, pouco menos de 50 milhões de pessoas têm plano de
saúde no país – o equivalente a um quarto da população.

A situação vem se repetindo nos últimos anos, segundo um dos
responsáveis pela pesquisa, Ricardo de Morais. “Quando a gente junta os gastos
com medicamentos com os relativos aos serviços, as famílias continuam gastando
mais do que o governo. Se levássemos em conta somente os gastos com serviços de
saúde, os do governo seriam maiores, mas como as famílias têm gastos bastantes
razoáveis com a compra de medicamentos, os gastos das famílias são maiores do
que os do governo”, afirma o pesquisador.

Economia

Uma das constatações do IBGE, a partir da pesquisa, é de que
a participação das atividades de saúde na renda gerada no país (em valor
adicionado) aumentou em todos os anos da série e saltou de 6,1% do PIB em 2010
para 7,3% em 2015. Este aumento se deu em todos os anos.

A participação dos serviços no consumo de saúde aumentou em
todos os anos, passando de 75,9% para 79,2%, entre 2010 e 2015. Já em relação
aos bens, a participação dos medicamentos caiu de 22,4% para 19%.

Em 2014, o volume de bens e serviços de saúde consumido por
famílias e instituições sem fins lucrativos aumentou 4,3%, em linha com o
crescimento de 4,5% do consumo do governo.

No mesmo período, os preços dos bens e serviços de saúde
subiram mais do que a média dos preços da economia – foi um aumento de 0,5
ponto percentual, ao passar de 8,2% para 8,7% do PIB. “Esse aumento de
participação é explicado tanto pelo aumento do volume do consumo desses bens e
serviços quanto pelo aumento de seus preços”, diz Morais.

Despesas

Os dados da Conta Satélite de Saúde 2010-2015 indicam que a
despesa per capita com o consumo de bens e serviços de saúde, em 2015, foi de
R$ 1.538,79 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias
e de R$ 1.131,94 para o governo.

O levantamento do IBGE constatou que as despesas com consumo
de bens e serviços de saúde oscilaram entre 18,5% e 19,6% do total do consumo
do governo, entre 2010 e 2015. Já no caso das famílias, as despesas com consumo
de bens e serviços de saúde passaram de 7,3% do total de seu consumo final, em
2010, para 8,2%, em 2015.

O consumo de bens e serviços de saúde cresceu em todos os
anos da série, fechando 2015 com crescimento em volume – descontando as
variações de preços – de 0,5% para o governo e de 1,6% para as famílias, em
relação ao ano anterior.

O ponto fora da curva ocorreu em 2012, quando o aumento no
consumo de bens e serviços de saúde foi o menor da série. Nesse ano, o
crescimento foi menor que o da população, o que levou a uma variação per capita
negativa de 0,1%.

Medicamentos

Os subsídios do governo à população relativos ao programa
Aqui Tem Farmácia Popular – que transfere recursos a farmácias populares para
pagar medicamentos adquiridos pelas famílias – deram um salto nos últimos anos,
passando de R$ 238 milhões para R$ 2,8 bilhões, entre 2010 e 2015.

Entre os dados de consumo do governo, na parte de despesas
são o que mais chama a atenção. São transferências que são na forma de
subsídios: o farmácia popular passou de R$ 238 milhões em 2010 para R$ 2,8
bilhões em 2015, ressaltou Ricardo de Morais.

Ele lembrou que de Recursos e Usos, no “apêndice” desta
publicação, esses recursos são tratados como “subsídio ao consumo de
medicamentos pelas famílias”. “O Farmácia Popular é um programa do governo que
desde a sua implantação vem crescendo muito rápido. É um programa bastante
divulgado, daí esses números”, justifica. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Portal Renascença)

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