Situação política na Catalunha continua indefinida
Hoje (28), membros do Ciudadanos solicitaram o direito de ocupar a presidência do Parlamento, uma vez que foram os mais votados e conquistaram, sozinhos, 37 dos 135 assentos da Casa
Após as eleições do dia 21 de
dezembro, o cenário político na Catalunha não ficou resolvido. De um lado está
o partido Ciudadanos, que é contra o independentismo e foi o mais votado. E do
outro, os partidos separatistas Juntos pela Catalunha (JuntsXCat), Esquerda
Republicana da Catalunha (ERC) e Candidatura de Unidade Popular (CUP), que
conquistaram maioria no Parlamento catalão e terão direito a indicar o novo
presidente.
Hoje (28), membros do Ciudadanos
solicitaram o direito de ocupar a presidência do Parlamento, uma vez que foram
os mais votados e conquistaram, sozinhos, 37 dos 135 assentos da Casa. No
entanto, três partidos separatistas conseguiram conquistar maioria, com a soma
dos 34 assentos do JuntsXCat, 32 assentos da ERC e quatro da CUP e têm o
direito a indicar o novo presidente.
Carles Puigdemont, o
ex-presidente da comunidade autônoma da Catalunha que foi destituído pelo
governo espanhol após a tentativa de independência, pode ser o indicado para
reassumir o cargo. No entanto, ele refugiou-se Bruxelas no dia 1º de novembro
e, apesar de afirmar que voltaria à Espanha para assumir o cargo, ainda não o
fez. Caso volte à Espanha, deve ser detido, pois há vigente no país um pedido
de prisão contra ele.
O Ciudadanos defende que os
separatistas não conseguirão formar governo por uma “questão de
aritmética” e afirmam que o mais democrático seria que o presidente fosse
do próprio partido. A segunda opção dos separatistas, a princípio, seria Oriol
Junqueras, líder do ERC, que conquistou o terceiro lugar em número de assentos.
Mas Junqueras está preso preventivamente e aguarda julgamento pelos crimes de
insurreição e rebelião, entre outros.
Presidência à distância
O Juntos pela Catalunha, partido
de Puigdemont, anunciou ontem (27) uma proposta pouco usual: uma posse à
distância. Para isso, seria necessária uma reforma no regimento do Parlamento
catalão. No entanto, essa alternativa não será simples de ser colocada em
prática.
Dos 70 assentos conquistados no
Parlamento pelos separatistas, três são de candidatos eleitos que estão presos
na Espanha e cinco de políticos autoexilados na Bélgica. Entre eles,
Puigdemont. A ausência desses políticos nas votações implicaria uma maior
dificuldade em votar uma mudança no regimento do Legislativo.
Além disso, há uma resistência da
Esquerda Republicana da Catalunha, que pressiona Puigdemont para que volte à
Espanha. Puigdemont e Junqueras, antes presidente e vice da comunidade
autônoma, andaram trocando farpas nas últimas semanas. Junqueras acusa
Puigdemont de ter se escondido na Bélgica.
Por fim, para dificultar ainda
mais os planos de Puigdemont, ele certamente contará com uma firme oposição
política do Ciudadanos, que foi o partido mais votado e já anunciou que não
pretende facilitar a governabilidade dos separatistas.
Fonte: Agência Brasil. Foto: EFE/Javier Etxezarreta/Arquivo