GUSTAVO MOTTA*

Novas experiências e oportunidades, o emprego dos sonhos e melhor qualidade de vida – muitos são os motivos que levam alguém a se mudar para o exterior. A busca por melhores condições de vida se intensificou devido à crise econômica que atinge o Brasil. Informações da Receita Federal, que abrangem o período de 2014 a 2016, apontam que foram entregues 55 mil Declarações de Saída Definitiva do País – um crescimento de 81% em relação ao triênio anterior.

Segundo estimativa do Itamaraty, apenas nos Estados Unidos vivem cerca de 1,3 milhão de brasileiros, e os dados sobre qualidade de vida são otimistas – a taxa de desemprego é a menor (5%) quando comparada à outras comunidades de imigrantes no país, e a média de renda domiciliar (US$ 55.463/ano) é superior até mesmo em comparação aos americanos. Os dados econômicos são originários do Censo Americano de 2014, o mais recente.

O Brasil está entre os dez países que  mais enviam pessoas aos EUA sendo que, em 2016, mais de 840 mil brasileiros entraram no território norte-americano. Para quem deseja morar no país e atravessar a fronteira com vistos temporários de trabalho, o ideal é focar em atividades de conhecimento superior, como analistas de sistemas, engenheiros elétricos, médicos e cirurgiões e contadores. Brasileiros correspondem à 14ª nacionalidade que mais entra no país com vistos profissionais – 58% são indianos.

Mesmo após a crise econômica de 2008, a ‘Terra do Tio Sam’ continua sendo o local de sonho para muitos brasileiros. As melhores maneiras de se entrar é com o visto H-1B, para exercer atividades diplomadas, ou como estudante em tempo integral, com os vistos F-1 ou M-1. Apesar disso, a burocracia pode ser dificultada, especialmente com o preenchimento e envio de documentos, e porque, em ambos os casos, é necessário que exista a possibilidade de atuação prévia em uma empresa ou universidade americana.

Pensando em localidades que possam apresentar uma alternativa ao ‘sonho americano’, o Essência elaborou uma lista com nove países que oferecem ótimas condições de vida a imigrantes:

Austrália

O país da Oceania é altamente industrializado e está avançado tecnologicamente – além de ser considerado o país favorito dos ‘millennials’, geração nascida entre as décadas de 1980 e 1990. A capital é Camberra, mas a maior cidade australiana é Sidney, que possui escritórios de quatro das dez empresas mais ricas e influentes do mundo. Bons salários e ótimas oportunidades de emprego têm atraído imigrantes, que são muito bem recebidos. O idioma inglês também é um ponto favorável no acesso à terra dos cangurus.

O programa SkillSelect é uma iniciativa do governo australiano, que permite a estrangeiros o direito a um visto permanente. Para preencher aos requisitos da medida, é necessário possuir uma profissão que esteja listada entre as demandas do governo, e homologar um processo de reconhecimento oficial da profissão no país estrangeiro. Nível avançado em inglês também é recomendável, e a medida exige que a pontuação mínima dentro de um teste criado pelo Departamento de Imigração seja atingida.

Suécia

O país europeu mostra grande oportunidade para construir carreiras de sucesso, especialmente para atividades em indústria. O ponto forte da economia é o comércio de eletrônicos, automóveis, medicamentos, ferro e aço. Além disso, a Suécia mantém escritórios de algumas das maiores multinacionais. A permissão de trabalho pode ser requerida por meio do site mantido pelo Departamento de Migração (Migrationsverket) ou se dirigindo até a Embaixada ou Consulado que representa o país – com documentos e formulários necessários.

Dependendo de qual for o perfil de quem solicita o processo, os papéis precisam ser encaminhados pessoalmente. Além dos documentos anexados e preenchidos, é preciso pagar uma taxa no valor médio 1.000 coroas suecas (cerca de R$ 400,00) para adquirir visto como estudante – vistos de trabalhadores cobram o dobro. Apesar do sueco ser a língua oficial, muitas empresas e instituições de ensino utilizam o inglês como idioma padrão, o que facilita a comunicação de quem emigra para o país.

Noruega

O país está entre os mais sonhados pelos brasileiros que pretendem emigrar, tanto pelos altos salários, quanto pela qualidade de vida e segurança social – atualmente, segundo o Itamaraty, cerca de 7.600 brasileiros vivem na terra escandinava. Para brasileiros que desejam conhecer a região em um período inferior a 90 dias, não é necessário visto. A partir desse prazo, o documento é solicitado – e pode ser requerido na Embaixada ou Consulado da Noruega.

Após o pedido de elaboração do visto no Brasil, a Direção Geral de Imigração (UDI) é o órgão competente que avalia quais serão as exigências de documentação necessária para que o processo seja concluído. Quem precisa trabalhar e morar no país deve estar cadastrado com uma conta no site online da UDI. Para estudantes, é necessário estar em algum programa de intercâmbio aceito pelo governo local, como o Rotary, American Field Service (AFS) e STS High School Foundation.

Dinamarca

O país é um dos lugares favoritos para quem procura cidades desenvolvidas e segurança. Em muitas pesquisas, o povo dinamarquês é considerado o mais feliz e honesto do mundo, além de se destacar quando se fala em salário mínimo e equilíbrio profissional. O idioma mais falado é o dinamarquês, mas grande parte da população conhece a língua inglesa. Os serviços imigratórios são competência da Embaixada ou do Consulado da Dinamarca. 

Assim como acontece na Noruega, o país permite que brasileiros não apresentem visto caso permaneçam, como turistas, por até 90 dias. Porém, as permissões de residências são mais rígidas quando comparadas com as exigências dos vizinhos europeus. Somente após seis anos morando legalmente no país que se pode conseguir o visto permanente de residência. Para ter acesso ao documento, é necessário preencher requisitos como conhecer a língua local, não ter adquirido dívidas nem cometido crimes, e ter trabalhado regularmente por pelo menos dois anos e meio no último triênio.

Canadá

O país é muito procurado por pessoas que buscam oportunidades de emprego, com especial destaque na área de Tecnologia da Informação. O Canadá possui um sistema de incentivo à imigração para exercício de profissões com grande demanda de vagas, ou atividades em educação. O país norte-americano é o que mais recebe intercambistas, superando até mesmo os Estados Unidos. O visto para estudo é chamado de StudyPermit, e além de documentação, exige uma consulta médica indicada pelo próprio Consulado.

O WorkPermit é o visto para trabalho, e vagas de emprego no país podem ser procuradas por meio do Jo Bank (https://www.jobbank.gc.ca/c), um site criado pelo próprio governo do país. Caso o estrangeiro seja bem sucedido no processo seletivo, a empresa contratante precisa elaborar um documento que comprova a necessidade de se contratar um trabalhador de fora do país. Outro processo para entrada no Canadá inclui preencher um formulário no site oficial do governo, ou de províncias locais, onde serão apresentados os requisitos exigidos pela imigração.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

CONTINUA NA PÁGINA 16