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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
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Mundo

“Racismo” de Trump repercute na ONU

Presidente dos Estados Unidos teria classificado El Salvador, Haiti e várias nações africanas como “países de merda”

Postado em 13 de janeiro de 2018 por Sheyla Sousa
“Racismo” de Trump repercute na ONU
Presidente dos Estados Unidos teria classificado El Salvador

O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) qualificou na última sexta-feira (12) de “racistas” os comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre El Salvador, Haiti e vários países africanos, que, segundo ele, são “países de merda”.

“Esses comentários do presidente dos Estados Unidos são surpreendentes e vergonhosos. Lamento, mas não podem ser definidos de outra maneira que como racistas. Não se pode tachar um país inteiro ou um continente como ‘de merda’ e dizer que populações inteiras, que não são brancas, não serão bem-vindas”, disse o porta-voz do EACDH, Rupert Colville, em coletiva de imprensa.

Na última quinta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a chegada de imigrantes de algumas nações e usou termos pejorativos e preconceituosos para falar delas. Segundo a imprensa americana, Trump disse “Por que estamos tendo todas essas pessoas de países de merda vindo aqui?”.

O governante então sugeriu que os Estados Unidos deveriam trazer mais pessoas de países como a Noruega, com cuja primeira-ministra ele se reuniu na quarta-feira (10), de acordo com o The Washington Post.

“O comentário positivo sobre a Noruega enfatiza o sentimento (racista) muito claramente”, ressaltou o porta-voz.

Segundo Colville, os novos comentários de Trump não são isolados e fazem parte de um posicionamento claramente xenófobo do presidente.

“Como os comentários anteriores sobre mexicanos e muçulmanos, as propostas políticas contra grupos inteiros com base em nacionalidade, religião, e na sua rejeição em condenar claramente as ações antissemitas e racistas dos supremacistas brancos em Charlottesville, tudo isto vai contra os valores universais que o mundo tanto lutou para estabelecer desde a Segunda Guerra Mundial”, argumentou.

Para o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, as falas de Trump não são apenas de mau gosto e falta de respeito, mas abrem “a porta à pior parte da humanidade”.

“É aceitar e apoiar o racismo e a xenofobia que potencialmente destruirão a vida de muitas pessoas. Esta é a consequência mais perigosa deste tipo de linguagem quando usada por uma figura política importante”, disse.

Ele aproveitou para lembrar que o maior responsável dos direitos humanos da ONU, Zeid ibn Ra’ad, pediu ao Congresso americano que ofereça uma solução legal e duradoura aos dreamers (sonhadores), os imigrantes que chegaram aos Estados Unidos irregularmente quando eram crianças e que não têm documentação regularizada.

“O futuro dos dreamers não deveria ser usado como moeda de troca para negociar uma severa e restritiva lei migratória e de segurança. São pessoas, não mercadorias”, enfatizou Colville.

Segundo a imprensa, Trump fez os comentários quando dois senadores delinearam um projeto de lei migratória que daria vistos a alguns cidadãos de países que foram retirados recentemente do programa de Status de Proteção Temporária (TPS), como El Salvador, Haiti, Nicarágua e Sudão. Sobre isso, Colville disse que o Escritório do Alto Comissionado está muito preocupado com a questão. De acordo com o porta-voz, essa decisão afetará 180 mil salvadorenhos, 59 mil haitianos e 5.300 nicaraguenses, entre outros. (Agência Brasil) 

Trump nega ter usado expressão 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na última sexta-feira (12) ter utilizado “uma linguagem dura” na sua conversa com senadores sobre a lei migratória, mas negou ter se referido a El Salvador, Haiti e a países africanos como “buracos de merda”.

“A linguagem utilizada por mim na reunião do DACA foi dura, mas essa não foi a linguagem empregada. O que foi realmente duro foi a extravagante proposta feita, um grande passo atrás para o DACA”, escreveu o presidente americano em sua conta do Twitter, ao comentar o Programa de Ação Diferida (DACA), que protege jovens imigrantes chegados aos EUA quando crianças.

Segundo informou quinta-feira (11) o jornal The Washington Post, Trump classificou El Salvador, Haiti e vários países africanos como “buracos de merda”, e sugeriu que preferiria receber nos Estados Unidos mais imigrantes da Noruega, o que provocou uma nova onda de indignação e acusações de racismo.

Em outra mensagem no Twitter, Trump reforçou que quer “um sistema migratório baseado no mérito e gente que ajudará a levar nosso país ao próximo nível”.

“Quero segurança para nossa gente. Quero deter a entrada em massa de drogas”, acrescentou Trump, reiterando assim a necessidade do muro fronteiriço com o México.

De acordo com o Post, que cita fontes presentes na reunião, Trump teria questionado os legisladores sobre “por que temos toda esta gente de países (que são um) buraco de merda vindo aqui?”.

O presidente americano teria reagido assim quando dois senadores lhe apresentaram um projeto de lei que outorgaria vistos a alguns dos cidadãos de países que foram retirados recentemente do programa de Status de Proteção Temporária (TPS), como El Salvador, Haiti, Nicarágua e Sudão. (Abr) 

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