Não há falta de vacinas para a febre amarela
Seis macacos foram encontrados mortos desde o início de 2018
Gabriel Araújo*
Apesar de surtos registrados em outros estados, como São Paulo e Minas Gerais, Goiás não teve nenhum caso de febre amarela confirmado. Segundo dados da Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), nos últimos três anos o Estado registrou 10 casos da doença, dos quais oito pacientes vieram a óbito. No último ano foi confirmado somente um caso humano em Goiás. Seis macacos foram encontrados mortos desde o início de 2018
Em entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (17), o secretário da Saúde do estado, Leonardo Vilela informou que Goiás é apontado pelo Ministério da Saúde como área com recomendação de vacinação contra a febre amarela.
De acordo com dados da SES-GO, em 186 municípios goianos o índice de cobertura da vacina é superior a 95%. Em outros 56 municípios, a cobertura contra a doença varia de 50% a 95%. Em apenas quatro municípios do Estado – Goianésia, Ipiranga de Goiás, Montividiu e São Simão – os níveis de vacinação são inferiores a 50%.
Ainda de acordo com a Secretaria, não há falta de vacinas e a dose aplicada é a padrão, que garante proteção por toda a vida. Em São Paulo, Minas Gerais e na Bahia está sendo aplicada a dose fracionada, que imuniza a pessoa por oito anos.
São Paulo
Somente no estado de São Paulo foram confirmados 16 casos da doença desde o início do ano, 11 pessoas já morreram. Segundo informado pelo governo do Estado, de janeiro de 2017 até hoje, foram 40 casos de febre amarela e 21 mortes confirmadas, ou seja, uma taxa de mortalidade de pouco mais de 50%.
Segundo Boletim epidemiológico da Secretaria de Estado e Saúde de Minas Gerais, publicado ontem (17), o estado confirmou 22 casos da doença nos últimos seis meses, outras 46 ocorrências estão sobre investigação. A taxa de mortalidade é superior a São Paulo, de aproximadamente 68,2%.
Segundo o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração que é transmitida por mosquitos como o Aedes aegypti, Haemagogus e o Sabethes. A única forma de prevenção é a vacinação contra a doença. O tratamento requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Tipos
Para a Organização mundial de Saúde (OMS) existem dois tipos de febre amarela, a urbana e a silvestre. Ambas são causadas pelo mesmo tipo de vírus e possuem os mesmo sintomas, são diferenciadas somente pelo local de contágio. Na febre amarela urbana, a transmissão é feita por mosquitos como o Aedes aegypti, eles picam pessoas portadoras da doença e a levam até humanos saudáveis. Já a febre amarela silvestre é transmitida a partir de macacos, eles são picados por mosquitos como o Haemagogus e o Sabethes.
Último grande surto
Ainda de acordo com dados do Ministério da Saúde, de junho de 2016 a junho de 2017, foi registrado um dos eventos mais expressivos da história da doença no Brasil. No período de monitoramento, foram confirmados 777 casos humanos e 261 óbitos, além de 1412 epizootias confirmadas em Primatas Não Humanos (PNH). (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).