Seul pretende manter reuniões com o Norte
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul informou na última sexta-feira (19) que pretende manter reuniões regulares de alto nível com o Norte, aproveitando a recente aproximação entre os dois países por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang. O anúncio foi feito em entrevista coletiva, em que foram apresentadas as linhas gerais […]
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul informou na última sexta-feira (19) que pretende manter reuniões regulares de alto nível com o Norte, aproveitando a recente aproximação entre os dois países por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva, em que foram apresentadas as linhas gerais com as quais Seul pretende reconduzir as relações entre os dois países, que estão estagnadas, com a inclusão da retomada da ajuda humanitária ao Norte.
Os países vizinhos, que permanecem tecnicamente em guerra, fizeram, no último dia 9, seu primeiro encontro formal em mais de dois anos, para discutir a participação norte-coreana nos Jogos de Inverno, que acontecerão no condado sul-coreano de PyenongChang a partir do dia 9 de fevereiro.
As duas Coreias mantiveram, desde então, várias rodadas de reuniões para acertar os detalhes da participação da Coreia do Norte nos Jogos. O Sul pretende estender esses encontros a outras áreas e celebrar de “forma regular” e de “alto nível”, de acordo com um porta-voz do Ministério da Unificação.
“Seul buscará conversas setoriais com Pyongyang, assim como estreitar os laços e trabalhar para a resolução do problema nuclear norte-coreano”, disse o porta-voz.
Durante a última reunião realizada quarta-feira, as duas Coreias concordaram em desfilar sob a mesma bandeira na cerimônia de abertura de PyeongChang, bem como fazer uma seleção conjunta de hóquei feminino sobre o gelo, entre outros gestos de alto valor simbólico voltados para a reconciliação.
No entanto, as duas partes ainda não conversaram sobre o pedido feito pelo Sul para organizar uma reunião, em meados de fevereiro, das famílias separadas pela guerra entre os dois países. Se a proposta for aceita pelo Norte, o encontro acontecerá na mesma data de PyeongChang.
A Coreia do Norte, que ainda não respondeu a essa solicitação, exige em troca que Seul promova a repatriação das 12 garçonetes norte-coreanas que desertaram em 2016 e que, segundo a imprensa do regime liderado por Kim Jong-un, foram sequestradas pelo país vizinho. (Agência Brasil)
Kim Jong-un poderá ir a julgamento
Familiares de japoneses sequestrados pela Coreia do Norte pedirão, na próxima semana, à Corte Penal Internacional (CPI) que julgue o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pela sua recusa em dar informações sobre o paradeiro das vítimas, o que consideram um atentado contra os direitos humanos. A informação é da Agência EFE.
Os parentes viajarão para Haia, na Holanda, a fim de entregar pessoalmente o documento no qual pedem a investigação de pelo menos 100 sequestros feitos pelo regime da Coreia do Norte, em um caso que definem como crime contra a Humanidade, informou na última sexta-feira (19) a agência japonesa Kyodo, que teve acesso ao documento.
Ainda que os sequestros remontem aos regimes do pai e do avô de Kim Jong-un, Kim Il-sung e Kim Jong-il, a associação de vítimas considera que o atual líder sabe que alguns dos raptados continuam vivos e estão no país.
“Nós vamos nos esforçar para obter o apoio da comunidade internacional, a fim de que possamos recuperar todas as vítimas com vida algum dia”, afirmou um representante das famílias, Shoichi Osawa, em declarações à Kyodo.
Entre 1977 e 1983, a Coreia do Norte sequestrou pelo menos 17 japoneses – nove mulheres e oito homens –, segundo números oficiais do governo de Japão, para que trabalhassem como professores de idioma e cultura japonesa para os espiões norte-coreanos, ainda que os familiares considerem que esse número chegue a mais de 100.
Por sua vez, a Agência Nacional de Polícia do Japão avalia em mais de 850 o número de possíveis vítimas de sequestros por parte do Norte, ainda que Pyongyang (a capital norte-coreana) sempre tenha negado esses números e afirme que essas pessoas nunca pisaram em solo norte-coreano. (Abr)