No Dia do Aposentado, Temer e ministros pedem apoio para aprovar reforma
Ao defender a necessidade da reforma, Temer argumentou que “se não fizermos hoje uma readequação previdenciária você vai ter prejuízo”
O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Carlos Marun, da Secretaria de Governo, divulgaram vídeos nas redes sociais em razão do Dia do Aposentado, comemorado hoje (24). Temer e seus ministros aproveitaram a ocasião para pedir apoio para aprovação da reforma da Previdência.
“Quero inicialmente cumprimentá-los, o aposentado e a aposentada do nosso país. Quero também dizer que no dia 20 de fevereiro vamos votar uma readequação, uma reformulação da Previdência social. E sabe para quê? Para exatamente garantir o que você recebe como aposentado, como aposentada”, disse Temer.
Ao defender a necessidade da reforma, Temer argumentou que “se não fizermos hoje uma readequação previdenciária você vai ter prejuízo”. O ministro Eliseu Padilha, por sua vez, afirmou que sem a reforma, o dinheiro destinado a outras áreas importantes será redirecionado para o pagamento de aposentadorias.
“Vocês viram que o déficit da Previdência, em 2017, foi R$ 268 bilhões. E isto é crescente e nós temos que estancar. Porque, senão, os recursos da saúde, da educação, da segurança, serão, cada vez mais, carreados para o sistema de aposentadoria”, disse Padilha. Ele pediu ajuda aos aposentados para que influenciassem seus representantes políticos favoravelmente à reforma.
“Precisamos pedir que vocês ajudem a ajudar vocês. Vocês ajudam dando ciência a toda representação política que vocês têm, de que é importante, não para o atual governo, que é importante para o Brasil nós fazermos uma reforma da Previdência que garanta o pagamento daqueles que já estão aposentados e dos que ainda vão se aposentar”.
O ministro Carlos Marun seguiu a linha do discurso de Temer e Padilha. Lembrou que em alguns estados a aposentadoria não está sendo paga pontualmente e citou um exemplo a própria família. “A minha mãe é aposentada e ela não está recebendo sua aposentadoria em dia”.
O ministro Carlos Marun destacou o combate aos privilégios em defesa da reforma. “Nós ainda temos aqui absurdos. A maioria dos brasileiros, 64, 65%, se aposentam com um salário mínimo. E nós temos gente que se aposenta com R$ 35 mil, R$ 40 mil por mês. Isso não é possível, o Brasil não pode mais pagar isso. Precisamos de uma Previdência com menos privilégios”.
Votos
Dos 308 votos necessários para aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo tem 275, nas contas do relator da reforma deputado Arthur Maia (PPS-BA). Após reunião com Carlos Marun, na manhã de hoje (24), Maia disse que o governo tem pelo menos 275 votos favoráveis à reforma da Previdência.
Em conversa com jornalistas, à tarde, Carlos Marun procurou ser otimista em relação aos votos que faltam. “Nós teremos esse número seguro ainda no mês de fevereiro, colocaremos em votação e seremos vitoriosos”. Ele, no entanto, não apresentou nenhum fato que mostre que em poucas semanas o governo vai conseguir convencer os deputados indecisos.
“Mudanças [na PEC da reforma] só serão realmente avaliadas no caso de um número significativo de parlamentares tenha o desejo de fazer algum aprimoramento no texto e se comprometendo a trazer votos para a aprovação da reforma. Querem sugerir o que pensam ser melhorias? Que se comprometam a aprovar a reforma”, defendeu Carlos Marun. Ele frisou, no entanto, que o fim dos privilégios e o estabelecimento da idade mínima são pontos com os quais o governo não pretende negociar.
Com informações da Agência Brasil