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domingo, 1 de setembro de 2024
Texto final

Governo deve mudar pontos da reforma da Previdência

Ministro da Fazenda Henrique Meirelles fez essa sinalização, mas não quis adiantar quais seriam estes pontos

Postado em 3 de fevereiro de 2018 por Sheyla Sousa
Governo deve mudar pontos da reforma da Previdência
Ministro da Fazenda Henrique Meirelles fez essa sinalização

O governo admite negociar alguns tópicos do texto final da proposta de reforma da Previdência visando a sua aprovação no Congresso Nacional. Foi o que disse na sexta-feira (2) a jornalistas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, onde participou do evento Almoço do Empresário.

O ministro não quis, entretanto, adiantar quais seriam esses pontos. “Eu acho que negociação é algo que se faz durante o processo. Você não anuncia até onde está disposto a chegar porque, se não, já começa a negociação dali. Acho que o ideal seria aprovar o substitutivo que está hoje em andamento no Congresso”.

O ministro destacou, por outro lado, que “se houver necessidades que não afetem fundamentalmente o benefício fiscal e a equidade do plano e ao mesmo tempo possam gerar uma possibilidade de aprovação, é uma questão de discussão entre a área política e a base parlamentar”.

A votação da reforma está prevista para o próximo dia 19. Para Meirelles, o trabalho de esclarecimento que o governo vem efetuando nos últimos tempos está produzindo resultados positivos. Há indicações de que existe um número maior de parlamentares favoráveis à reforma, segundo ele.

“Agora, é o momento de intensificação do trabalho, visando à aprovação da reforma da Previdência, que é fundamental para o país”, afirmou Meirelles. Indicou que esse trabalho deve ser aprofundado pela área política do governo e pelos líderes do Congresso e da base aliada.

O ministro da Fazenda disse que a reforma da Previdência é importante para o Brasil do ponto de vista de justiça, equidade e fiscal. Informou que a taxa de reposição, que é a razão entre o valor do benefício da aposentadoria e o salário, é de 76% no Brasil, contra 37% na Irlanda e em torno de 50% nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Mais dissonante ainda é a idade média da aposentadoria, salientou o ministro. No México, por exemplo, a média entre os homens para se aposentar é de 72 anos de idade. Na OCDE, 64 anos e, no Brasil, 59,4 anos de idade.

Henrique Meirelles argumentou ainda que cerca de 57% do Orçamento da União no ano passado foram gastos com despesas da Previdência Social. “Se continuar essa tendência, em 2026, as despesas com assistência social serão de 80%”, externou. (Agência Brasil)