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domingo, 24 de novembro de 2024
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Dívidas

Inadimplência do consumidor abre o ano com alta de 2,10%

Maior número de consumidores negativados está no Sudeste. Centro-Oeste tem um total de 4,9 milhões de inadimplentes, o que representa 42% da população da região

Postado em 9 de fevereiro de 2018 por Victor Pimenta
Inadimplência do consumidor abre o ano com alta de 2
Maior número de consumidores negativados está no Sudeste. Centro-Oeste tem um total de 4

A inadimplência do consumidor aumentou 2,10% em janeiro de
2018 ante o mesmo mês do ano passado. Esse foi o maior crescimento desde junho
de 2016, quando a elevação foi de 2,78%. Na comparação mensal com dezembro de
2017 o aumento foi de 0,96%, o maior desde maio de 2017. Segundo os dados do
Indicador de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgados hoje (9), são
mais de 60,7 milhões de consumidores brasileiros inscritos em cadastros de
inadimplentes, número que representa aproximadamente 40% da população adulta do
país.

O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, disse que para os
primeiros meses a expectativa é a de um processo lento de recuo no volume de
atrasos nos pagamentos, caso as projeções de inflação controlada, juros baixos
e melhora dos indicadores se confirmem. “Ainda assim, o que mais favorecerá um
ciclo de queda da inadimplência será uma recuperação mais acentuada do mercado
de trabalho e a volta de ganhos na renda real do consumidor, que ainda não se
recuperou das quedas dos últimos anos”, disse.

Região

A pesquisa da CNDL aponta que o maior número de consumidores
negativados está no Sudeste. São 25,7 milhões de pessoas, o que representa 39%
da população adulta da região. Em seguida aparece o Nordeste, com 16,5 milhões
de negativados (41% da população da região); o Sul, com 8,2 milhões de
inadimplentes (37% da população adulta); o Norte, com 5,4 milhões de devedores
(45% do total da população residente, a maior entre as cinco regiões); e o
Centro-Oeste, com um total de 4,9 milhões de inadimplentes, ou 42% da sua
população.

Quando analisada a faixa etária, o que os dados revelam é que
50% da população entre 30 anos e 39 anos iniciou o ano com o nome em alguma
lista de devedores. São 17,3 milhões de consumidores nessa situação. Entre
aqueles que têm entre 40 anos e 49 anos, 13,4 milhões, ou 48%, têm alguma
dívida não paga, o que pode ser explicado pelo fato de que nessa fase da vida
muitos já têm família e filhos. “Por isso assumem mais compromissos
financeiros. Em um momento de crise, pode ser difícil equilibrar o orçamento se
não houver controle e disciplina”, explicou a economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti.

Entre os consumidores com idade entre 18 anos e 24 anos a
proporção de inadimplentes cai para 20%, ou seja, 4,8 milhões. Já a população
idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 anos e 84 anos, a proporção é de
31%, o que representa cinco milhões de pessoas com o CPF inscritos em cadastros
de inadimplentes. Nas outras faixas etárias são 7,8 milhões de inadimplentes
entre 25 anos e 29 anos; 12,2 milhões entre os que têm 50 anos e 64 anos e
aproximadamente 232 mil idosos acima dos 85 anos que estão com o CPF restritos.

Dívidas atrasadas

O SPC Brasil e a CNDL apuraram ainda que houve variação
negativa de 1,94% em janeiro de 2018 ante o mesmo período do ano passado no
volume de dívidas atrasadas. Já na comparação mensal, com dezembro de 2017
houve alta de 0,87%. Os atrasos com empresas concessionárias de serviços de
água e luz foi o que mostrou a maior queda de dívidas em janeiro na comparação
anual, de 7,12%. Os atrasos no comércio tiveram queda de 6,97%.

Os atrasos com as dívidas bancárias (cartão de crédito,
financiamentos, empréstimos e seguros) aumentaram 1,69% no período. No caso do
setor de comunicação (telefonia, internet e TV por assinatura) apresentaram a
alta mais elevada, com 9,01% a mais de atrasos na comparação com janeiro do ano
passado.

“A quantidade de dívidas em atraso desacelera de forma mais
intensa do que o número de devedores negativados. Isso quer dizer que o
consumidor inadimplente tem iniciado o pagamento de dívidas em atraso aos
poucos. Como consumidor inadimplente tem em médias, duas dívidas em atraso,
ainda que ele quite uma, seu CPF continua restrito por causa da outra dívida”,
explicou Kawauti.

De acordo com o indicador, cinco em cada dez dívidas
pendentes (51%) de pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou
instituição financeira. A segunda maior representatividade fica por conta do
comércio, que concentra 18% do total de dívidas não pagas, seguido pelo setor
de comunicação (14%). Os débitos com as empresas concessionárias de serviços
básicos como água e luz representam 8% das dívidas não pagas no Brasil.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Shutterstock)

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