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domingo, 1 de setembro de 2024
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Candidatura

Brasil reforça negociações em Paris para entrar na OCDE

Embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi designado pelo como delegado junto aos organismos internacionais de Paris

Postado em 14 de fevereiro de 2018 por Victor Pimenta
Brasil reforça negociações em Paris para entrar na OCDE
Embaixador Carlos Márcio Cozendey

O Brasil vai intensificar as negociações para o acesso do
país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Enquanto tenta cumprir os pré-requisitos para se candidatar a membro-pleno, a
representação diplomática ganhará reforço em Paris a partir de março, onde a
OCDE e outros órgãos comerciais ficam sediados.

O embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual
subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi
designado pelo presidente Michel Temer como delegado junto aos organismos internacionais
de Paris, com uma equipe dedicada ao assunto. A decisão demonstra o interesse
do Brasil no acesso ao órgão.

Antes de partir ao país europeu, Cozendey receberá o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, no Brasil em 28 de fevereiro, quando será
lançada uma nova edição da pesquisa econômica que a organização faz sobre o
Brasil.

Composta por 35 países-membros, a OCDE é um fórum cuja missão
envolve a cooperação e o intercâmbio de boas práticas sobre políticas públicas.
Somados, os integrantes são responsáveis por 62% do PIB global e por dois
terços dos negócios internacionais. Embora o Brasil tenha participação ativa em
diferentes fóruns da organização, apenas Estados Unidos, Canadá, México e Chile
são países-membros.

Segundo o Cozendey, discussões iniciadas na OCDE costumam
influenciar decisões de outros órgãos internacionais, como a Organização
Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU), o que torna
mais relevante ainda a importância da participação.

“A OCDE faz recomendações que registram as melhores práticas
em determinada área. Participar da formulação disso, indica que o país vai ter
influência na formulação desses padrões. Embora não seja uma organização
global, como são países grandes e importantes economicamente, o padrão acaba se
tornando internacional”, explicou o diplomata.

Apesar de já ser um parceiro-chave participar de 23
diferentes órgãos da OCDE, o acesso como membro sinalizaria um compromisso do
Brasil com uma economia aberta, previsível, responsável e transparente, segundo
avaliações do governo brasileiro.

A formalização da candidatura depende da adequação do país
com 237 recomendações. O ­Brasil já aderiu a 36 dessas normas e pediu a adesão
de outros 74 instrumentos.

O representante do Itamaraty considerou positiva a adequação
das políticas brasileiras às recomendações da OCDE. Segundo ele, os ministérios
encontraram dificuldades em apenas 10% delas. Em outros 15% foram encontrados
conflitos com a legislação, mas os órgãos concordaram com o conteúdo.

Atualmente, há três países em processo de integração à OCDE:
Colômbia, Costa Rica e Lituânia. Outros cinco, além do Brasil, entraram com
pedidos de candidatura: Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Gettyimages/Bloomberg)

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