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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Declaração

Para governo do Peru, Maduro não será bem-vindo à Cúpula das Américas

O rechaço oficial foi primeiramente anunciado pela ministra peruana de Relações Exteriores, Cayetana Aljovín, logo após uma reunião

Postado em 14 de fevereiro de 2018 por Márcio Souza
Para governo do Peru
O rechaço oficial foi primeiramente anunciado pela ministra peruana de Relações Exteriores

O governo peruano anunciou na
noite desta terça-feira (13) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não
será bem-vindo à próxima Cúpula das Américas, evento que acontecerá em Lima em
13 e 14 de abril.

O rechaço oficial foi
primeiramente anunciado pela ministra peruana de Relações Exteriores, Cayetana
Aljovín, logo após uma reunião em que os representantes dos países-membros do
chamado Grupo de Lima discutiram a situação política na Venezuela e a decisão
do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de antecipar as próximas eleições
presidenciais para 22 de abril.

Na sequência, o presidente Pedro
Pablo Kuczynski usou sua conta pessoal para reforçar a posição. “Considerando a
atual situação na Venezuela, meu governo decidiu que a presença do presidente
Maduro na 8ª Cúpula das Américas já não é bem-vinda”, escreveu Kuczynski,
acrescentando contar com o respaldo do Grupo de Lima. A Declaração de Quebec,
assinada em 2001 na Cúpula da Organização dos Estados Americanos (OEA),
reafirma os esforços pela integração regional, também respalda a decisão,
segundo o líder peruano.

“Este documento assinala que
qualquer alteração ou ruptura inconstitucional da ordem democrática em um
Estado [membro] é um obstáculo insuperável para que este participe de qualquer
[fase] da Cúpula das Américas”, acrescentou Kuczynski.

Cúpula de Lima

Em uma declaração conjunta, os
representantes da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia
presentes à reunião do Gupo de Lima rechaçaram a decisão da Venezuela de
antecipar as eleições presidenciais, sem que um acordo houvesse sido alcançado
com a oposição política.

Para os signatários da nota, a
decisão “impossibilita a realização de eleições presidenciais democráticas,
transparentes, confiáveis, com a participação de todos os atores políticos
venezuelanos e com observação e padrões internacionais”.

Para os representantes dos
diversos países do continente americano reunidos na capital peruana, qualquer
que seja o resultado, uma eleição realizada nestas circunstâncias carecerá de
“legitimidade e credibilidade”.

“Não pode haver eleições livres e
justas com presos políticos, sem a plena participação dos partidos políticos e
líderes presos ou inabilitados arbitrariamente, com uma autoridade eleitoral
controlada pelo governo, sem a participação de milhões de venezuelanos que, no
exterior, [estão] impossibilitados de votar”, acrescentam os chanceleres e
representantes dos 14 países, para quem o governo venezuelano deveria
reconsiderar a convocatória das eleições presidenciais.

O documento também assinala a
preocupação do grupo com o que classifica como “a crescente deterioração da
situação humanitária” na Venezuela, a cujo governo incita que permita a
abertura de um “corredor humanitário que ajude a mitigar os graves efeitos do
desabastecimento de alimentos e de remédios”.

Ao chegar à reunião, o chanceler
chileno afirmou que o objetivo do encontro era “passar uma mensagem muito
clara do que pensa a maioria da comunidade latino-americana que está reunida
neste Grupo de Lima” sobre as próximas eleições, nas quais o presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, tentará a reeleição. “As eleições que Maduro
convocou unilateralmente não cumprem com nenhuma das condições nem garantias de
uma eleição democrática, livre e transparente”, disse Muñoz.

Em janeiro, o Grupo de Lima já
tinha manifestado sua rejeição à convocação de eleições antecipadas na
Venezuela, por considerar que não há garantias de um processo adequado. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução 

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