Oposição pede que países da OEA apliquem sanções ao governo
Para chanceler do Frente Amplio, a oposição quer que os países do continente americano imponham sanções a corruptos
Líderes da oposição venezuelana se reuniram hoje (20) com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, em Washington, para pedir sanções contra o país governado por Nicolás Maduro. Segundo Luis Borges, chanceler do Frente Amplio, e Carlos Vecchio, coordenador político do partido Voluntad Popular, a oposição quer que os países do continente americano imponham sanções a funcionários corruptos do governo venezuelano ou que tenham cometido crimes como lavagem de dinheiro utilizando o sistema financeiro em países americanos fora da Venezuela.
Luis Borges afirmou que sanções para impedir a circulação de capital provindo da corrupção seriam “um passo além” para que os países do continente ajudem a estabelecer uma “América Latina democrática”.
Eleições
O líder oposicionista Luis Borges também afirmou que foi à OEA para exigir do governo de Nicolás Maduro que as eleições convocadas por ele para 20 de maio não ocorram. Segundo Borges, esse processo tem origem na convocação da Assembleia Constituinte, que chamou de fraudulenta e ilegítima, e o processo “está sendo feito contra o povo, contra a constituição e com o custo de destruir a Venezuela”.
Sobre a declaração do oposicionista Henri Falcón de que será candidato nas eleições convocadas por Maduro, Borges afirmou que “Falcón não é candidato da oposição” e que já enviou um pedido para que ele retire sua candidatura.
O porta-voz da oposição pede que a convocação de Maduro não seja reconhecida por países do continente e que as eleições na Venezuela sejam livres, sem presos políticos, políticos inabilitados, com garantias previstas em lei e em que possam competir todos os venezuelanos “sem nenhum tipo de restrição e sem repressão”.
Petro
Luis Borges também comentou a proibição pelo governo dos Estados Unidos nesta terça-feira (20) da utilização do Petro, a criptomoeda criada pelo governo de Maduro: “O Petro não é outra coisa senão um disfarce, uma máscara, para tratar de vender, sem a permissão do Parlamento, que é algo que está na Constituição, petróleo e reservas futuras de petróleo. Assim o Petro já nasceu morto, é absolutamente ilegal, pois é um endividamento disfarçado”, afirmou.
Crise humanitária
Borges também afirmou que o atual governo venezuelano criou “a crise humanitária mais terrível que a América Latina tem na memória” e que o objetivo do governo é fazer do país “uma sucursal, uma franquia do governo cubano na Venezuela”. O porta-voz da oposição disse que acredita na solidariedade entre os países da América Latina: “nem mesmo no caso cubano, uma ditadura que existe há décadas, nunca houve tal nível de unanimidade sobre tal nível de destruição da democracia como no caso da Venezuela”.
O coordenador político do partido Voluntad Popular, Carlos Vecchio, destacou o encontro entre o presidente do Brasil, Michel Temer, e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, hoje em Brasília. Segundo ele, o encontro mostra que “a crise venezuelana não afeta só os venezuelanos, mas também impacta toda a região”. Vecchio afirmou que o drama dos refugiados é o mais importante no continente e “um dos mais importantes em nível mundial”.
Sobre a cooperação com o Brasil para encontrar uma saída para a crise venezuelana, Vecchio afirmou que o país “deixou muito clara” sua posição e que o chanceler Aloysio Nunes “manteve uma solidariedade tremenda ao povo da Venezuela”.
Julio Borges e Carlos Vecchio estão em Washington para se reunir com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. Nesta quarta-feira, eles participam também de uma reunião do Conselho da OEA, que terá a participação do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
Com informações da Agência Brasil