Professor é condenado por treinar crianças para cometer atentados
Indivíduo começou a instruir 16 crianças para que formassem uma “milícia” capaz de atentar no futuro com armas de fogo e artefatos explosivos contra alvos na capital britânica
Um tribunal britânico condenou nesta terça-feira (27) à
prisão perpétua, com um cumprimento mínimo de 25 anos, um professor de religião
islâmica que tentou formar um grupo de crianças para cometer atentados
jihadistas em Londres.
Umar Ahmed Haque, de 25 anos, começou a instruir 16 crianças,
entre as quais a menor tinha 11 anos, para que formassem uma
“milícia” capaz de atentar no futuro com armas de fogo e artefatos
explosivos contra alvos na capital britânica.
O magistrado Charles Haddon-Cave, da corte penal de Old
Bailey, indicou na sua sentença que Haque organizou jogos de papel e
treinamentos dirigidos a instruir as crianças como terroristas. O instrutor,
que ensinava religião islâmica apesar de não contar com titulação de professor,
cooptou o grupo de menores em uma mesquita do bairro de Barking, ao leste de
Londres, onde os pais dos menores pagavam para que assistissem a lições
extraescolares.
A sentença indica que as crianças ficaram traumatizadas pelos
cruéis vídeos de propaganda do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que Haque
lhes mostrava.
Sentença
O condenado “é um mentiroso perigoso. É inteligente,
eloquente e persuasivo, com um sorriso fácil. É narcisista e claramente
desfruta do poder que exerce sobre outros”, descreve a sentença. O juiz
considerou que os planos do professor para atentar contra alvos como o Big Ben
e o Shopping Westfield, o maior da Europa, constituíam uma ameaça “muito
real”.
Por sua parte, o delegado da unidade antiterrorista da polícia
britânica Dean Haydon afirmou aos meios de comunicação que Haque é um
“homem perigoso”.
“Quando agentes especialmente treinados entrevistaram as
crianças, elas descreveram como Haque lhes tinha mostrado terríveis vídeos de
violência extrema terrorista, incluindo execuções”, explicou Haydon.
“As crianças estavam paralisadas por medo de Haque”, que “lhes
disse que pairaria sobre eles um violento destino se dissessem a alguém o que
estava fazendo”, relatou o delegado.
Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução/Metropolitan Police/Handout)