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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul

PT quer PF investigando ataque à caravana de ex-presidente Lula

Bancada do partido na Câmara disse que vai acionar também
a PGR e o Ministério da Justiça e da Segurança para elucidar o atentado

Postado em 29 de março de 2018 por Sheyla Sousa
PT quer PF investigando ataque à caravana de ex-presidente Lula
Bancada do partido na Câmara disse que vai acionar também

A bancada do PT na Câmara dos Deputados reagiu otem aos ataques a tiros à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná, na terça-feira (27). Em entrevista coletiva, os deputados Marco Maia (RS), Paulo Teixeira (SP) e Celso Pansera (RJ) anunciaram que o partido vai pedir a entrada da Polícia Federal na investigação, que classificaram como “atentado político”. A bancada também vai entrar com uma ação na Procuradoria-Geral da República para pedir a elucidação do ataque.

“Não foram tiros de intimidação para o alto, mas direcionados contra os ônibus da caravana e que poderiam ter acertado o ex-presidente Lula ou alguma outra pessoa. Por isso, defendemos a entrada da Polícia Federal no caso e vamos acionar a PGR, o Ministério da Justiça e o da Segurança Pública para que tomem medidas urgentes para elucidar esse atentado”, disse o deputado Marco Maia.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), também repudiou o ataque à caravana de Lula na Região Sul do país. “O tiro no ônibus foi o ponto final de alguns dias de absurdos, inviabilizando a mobilização do ex-presidente Lula. Todos sabem que sou adversário, mas devemos ser adversários nas ideias, no debate, não achando graça, inviabilizar que ele passe por uma estrada, ou mais grave que isso, ameaçando vidas de pessoas, querendo gerar um recuo no movimento do ex-presidente, que é legítimo, democrático”, disse.

O parlamentar criticou ainda as ameaças sofridas pelo ministro do Supremo Tribunal

Federal Edson Fachin. “Imagina se um voto da Justiça brasileira pode ser pautada por qualquer pressão, nenhuma pressão deveria existir, muito menos uma pressão sob ameaça. Acredito que chegamos, de fato, na beira do precipício. O Estado brasileiro precisa reagir, em conjunto, todos entendendo que a sociedade, no momento, não aguenta mais polarização, agressões”, afirmou.

Segundo Maia, os dois episódios são sintomáticos e representam o momento de extrema polarização do país. “Os campos ideológicos resolveram entender que podem inviabilizar o direito do outro. Acho que está na hora do Estado brasileiro como um todo, junto com o governo dos estados, avançarem rapidamente”.

O presidente Michel Temer também lamentou o ataque a tiros à caravana do ex-presidente Lula. “É uma pena que tenha acontecido isso porque vai criando um clima de instabilidade no país, de falta de pacificação que é indispensável no presente momento”, disse, em entrevista à Rádio Band News, de Vitória (ES). 

Temer pregou a pacificação durante o período eleitoral e disse que os candidatos podem apresentar críticas verbais, e não físicas. Ao ser questionado sobre a expectativa para o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula, na próxima quarta-feira (4), no Supremo Tribunal Federal, Temer disse que o governo está tomando todas as providências para evitar conflitos. (Agência Brasil) 

Polícia abre inquérito para investigar caso 

A Polícia Civil do Paraná abriu inquérito para investigar o ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Paraná, duas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais foram enviadas à cidade de Laranjeiras do Sul para as investigações.

Dois ônibus foram atingidos na terça-feira (27) por pelo menos três tiros quando a caravana estava na estrada fazendo o trajeto entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná. Um dos veículos que recebeu disparos estava com profissionais de imprensa que acompanham o grupo e outro levava convidados. O ex-presidente Lula não estava nos veículos atingidos. Ninguém ficou ferido.

De acordo com a SSP, o Instituto de Criminalística do estado está finalizando a perícia nos ônibus. A previsão é que o laudo fique pronto nos próximos dias. O órgão informou que a Polícia Militar estadual “reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana, onde seriam feitas as manifestações com a presença do ex-presidente”.

Reação

Em uma de suas contas na rede social Twitter, o ex-presidente Lula afirmou que ações como esta não vão intimidá-lo. “Se eles acham que fazendo isso vão nos assustar, estão enganados. Vai nos motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo esses grupos fascistas possam fazer o que quiser. Se querem brigar, briguem comigo nas urnas. Mas vamos respeitar a democracia, a convivência na diversidade”, afirmou.

A assessoria da caravana encaminhou à Agência Brasil ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública no dia 14 de março no qual solicita ” apoio de medidas que possam garantir a segurança e a tranquilidade desses eventos”, com o roteiro em anexo ao documento.

Também pelo Twitter, o ex-presidente reclamou do estado do Paraná não ter fornecido escolta policial aos ônibus da caravana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, não houve solicitação neste sentido por parte da caravana. (Agência Brasil) 

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