Eleições fazem com que 10 ministros deixem seus cargos no governo
Os ministros de Estado devem estar afastados de funções públicas seis meses antes da eleição caso queiram se candidatar para mandatos eletivos
Com o fim do prazo para desincompatibilização de cargos públicos, dez ministros deixaram o governo do presidente Michel Temer para concorrerem nas eleições deste ano. Outro ministro deve ser exonerado neste sábado (7), além do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, que deixou o cargo no fim do mês de março.
Segundo a legislação eleitoral, os ministros de Estado devem estar afastados de funções públicas seis meses antes da eleição caso queiram se candidatar para mandatos eletivos. Este é o mesmo prazo para que ocorram as filiações partidárias dos aspirantes às eleições. À meia-noite de ontem (6), também se encerrou a chamada janela partidária, que permite, durante 30 dias, aos deputados mudarem de partido sem risco de perder os mandatos.
A maioria dos agora ex-ministros retoma seus mandatos na Câmara dos Deputados e concorrerá à reeleição para o cargo, mas alguns decidiram, pela primeira vez, buscar uma vaga no Senado, que desta vez terá renovação de 2/3 dos senadores, cujo mandato é de oito anos.
É o caso de Marx Beltrão (PSD), que comandou o Ministério do Turismo até a última quinta-feira (5) e agora vai disputar o Senado por Alagoas. Ele deve, inclusive, disputar em uma chapa concorrente à de seu colega de Esplanada dos Ministérios, Maurício Quintella (PR), que deixou o ministério dos Transportes nos últimos dias para disputar uma das duas vagas ao Senado pelo mesmo estado.
Embora tenha retornado à Câmara, o ex-ministro Mendonça Filho (DEM), que chefiava a Educação, ainda não decidiu se vai se candidatar ao governo de Pernambuco ou se concorrerá à reeleição como deputado. Já Paulo Rabello de Castro, que era presidente do BNDES, quer ocupar o cargo mais alto do Executivo. Pré-candidato à Presidência da República pelo PSC, ele já tem participado de eventos partidários pelo país.
O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (MDB), teve a exoneração publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nessa sexta-feira (6), mas ainda não tem uma posição fechada sobre sua candidatura ao governo do Pará.
As negociações com o partido de Barbalho vão continuar nos próximos meses e levarão em conta a análise do cenário político do estado. Em 2014, ele concorreu ao governo local, mas foi derrotado no segundo turno por Simão Jatene (PSDB).
Outra candidatura indefinida é a de Henrique Meirelles, que confirmou a saída do ministério da Fazenda nessa sexta-feira (6) e a sua exoneração também foi publicada na edição extra do DOU. Após se filiar ao MDB no início da semana, ele ainda mantém segredo se vai disputar o cargo de vice na possível tentativa de reeleição do presidente Michel Temer, ou se buscará uma união do partido em prol do seu nome à frente da chapa.
De acordo com a Lei de Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/1990), além de ministros de Estado e magistrados, presidentes, diretores e superintendentes de empresas públicas, bem como chefes de órgãos que fazem assessoramento direto, também devem pedir exoneração na mesma data. Candidatos à reeleição para os cargos de governador e presidente da República não precisam deixar o cargo.
Veja abaixo os integrantes que deixaram o governo e os mandatos para os quais devem concorrer no pleito de outubro:
Ricardo Barros (PP) – Ministério da Saúde – reeleição para a Câmara
Maurício Quintella (PR) – Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil – Senado
Mendonça Filho (DEM) – Ministério da Educação – reeleição para a Câmara ou governo de Pernambuco
Marx Beltrão (MDB) – Ministério do Turismo – Senado
Osmar Terra (MDB) – Ministério do Desenvolvimento Social – reeleição para a Câmara
Fernando Coelho Filho (MDB) – Ministério de Minas e Energia – reeleição para a Câmara
Leonardo Picciani (MDB) – Ministério do Esporte – reeleição para a Câmara
Sarney Filho – Ministério do Meio Ambiente – Senado
Paulo Rabello de Castro – BNDES – Presidência
Helder Barbalho (MDB) – Ministério da Integração Nacional – Governo do Pará
Henrique Meirelles – Ministério da Fazenda – Presidência da República ou vice
(Agência Brasil)