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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
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Anistia

Saída de Raúl Castro marca nova era para direitos humanos em Cuba

Representantes da AI defendem que país caribenho deva adotar restrições que persistem sobre o direito à liberdade de expressão e a reunião pacífica

Postado em 16 de abril de 2018 por Guilherme Araújo
Saída de Raúl Castro marca nova era para direitos humanos em Cuba
Representantes da AI defendem que país caribenho deva adotar restrições que persistem sobre o direito à liberdade de expressão e a reunião pacífica

A Anistia Internacional (AI) afirmou nesta segunda-feira (16) que o fim do mandato do presidente de Cuba, Raúl Castro, deve representar “o anúncio de uma nova era para os direitos humanos” na ilha. A informação é da EFE.

A organização internacional publicou hoje sua proposta de roteiro para o novo governo cubano com o título “Transformar o enfrentamento em diálogo”, com a qual ilustra como melhorar o histórico de Cuba no que diz respeito aos direitos humanos.

Após completar dois mandatos de cinco anos, Raúl Castro deverá deixar a Presidência do país na próxima quinta-feira (19), momento que, segundo a AI, será uma “oportunidade histórica” para “estabelecer um diálogo essencial e construtivo sobre o futuro de Cuba”.

Raúl e seu irmão mais velho, o já falecido Fidel, comandaram o país durante quase 60 anos. O herdeiro mais provável, o primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel, nasceu um ano após a revolução e tem um perfil público muito mais discreto.

A diretora para as Américas da AI, Erika Guevara, disse que o novo presidente deve “consolidar os progressos em Cuba em matéria de direitos humanos, em áreas como o acesso à assistência médica e à educação”.

A representante da Anistia Internacional, que tem vetada a entrada no país caribenho há quase 30 anos, defendeu que Cuba “deve abordar as restrições que persistem sobre o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica”. Além disso, as autoridades “devem garantir os direitos de toda a população cubana”, inclusive os dos que “criticam o governo”, pontuou.

Para isso, é preciso “acabar rapidamente com a censura, colocar o sistema de justiça penal em consonância com as normas internacionais e abordar a discriminação em todas as suas formas”, opinou a diretora.

Segundo a AI, continuam acontecendo “detenções e atos de intimidação e assédio contra ativistas e jornalistas independentes” e, nos últimos três anos, no mínimo 11 pessoas teriam sido presas “unicamente pela expressão pacífica de suas convicções”.

Medidas concretas

A ONG propõe em sua agenda de direitos humanos para Cuba a adoção de 15 medidas concretas em cinco áreas chave para fazer frente aos “prementes desafios pendentes há muito tempo que o novo governo deve considerar prioritários”.

Tais medidas incluem a necessidade de o governo de Cuba estabelecer uma “relação construtiva” com os observadores internacionais de direitos humanos e a realização de reformas que garantam a liberdade de imprensa, assim como a elaboração de uma legislação integral contra a discriminação.

A permissão para poder inscrever em cartórios todas as associações cívicas e o reforço da independência do Poder Judiciário são algumas das outras reivindicações da AI, que também reitera seu pedido para que seja suspenso o embargo dos Estados Unidos a Cuba.

Com informações da Agência Brasil

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