Temática ambiental deve ganhar destaque em campeonatos da CBF
CBF promoveu uma série de contribuições para o meio ambiente, que abrangem desde o uso de madeira certificada para a confecção do troféu, até medidas de compensação de carbono
A experiência de ter associado futebol, sustentabilidade e
meio ambiente durante a Copa Verde de Futebol – competição que reúne os times
profissionais das regiões Norte e Centro-Oeste, além do Espírito Santo – poderá
ser estendida a outros campeonatos nacionais, pela Confederação Brasileira de
Futebol (CBF). Há possibilidades, inclusive, de isso começar o Campeonato
Brasileiro de 2018, caso se confirmem as expectativas manifestadas hoje (23)
durante reunião do consultor de sustentabilidade da CBF, Carlos Rodrigues, com
os ministros da Educação, Rossieli Soares Silva, e do Meio Ambiente, Edson
Duarte.
“A Copa Verde é um laboratório da CBF no sentido de usar o
futebol como educação para sustentabilidade. É a primeira competição de futebol
que usa as ferramentas do esporte para a educação. Estamos inclusive
certificando essa competição com a Organização Internacional de Normalização
(ISO 20121) – entidade de padronização e normatização, criada em Genebra, na
Suiça, em 1947 -, enquanto evento sustentável”, disse o representante da CBF na
reunião.
No caso da Copa Verde – cujas finais serão disputadas em duas
partidas nos dias 25 de abril e 16 de maio, entre o Paysandu/PA e o Atlético
Itapemirim/ES – a CBF promoveu uma série de contribuições para o meio ambiente,
que abrangem desde o uso de madeira certificada para a confecção do troféu, até
medidas de compensação de carbono. “Já plantamos mais de 6 mil árvores para
compensar o carbono de toda a competição; e os ingressos foram feitos com papel
semente. Tem também o concurso de redação da Copa Verde, que envolve diversas
escolas públicas municipais”, acrescentou Carlos Rodrigues.
Educação e meio ambiente
Na avaliação dos dois ministros que participaram da reunião
em Brasília, o interesse dos jovens pelo esporte mais popular do mundo poderá
ser canalizado de forma a despertar, também, o interesse pela temática ambiental.
“A ideia é aliar educação, esporte e meio ambiente. São projetos estratégicos
que envolvem exatamente os três ministérios dessas áreas [Educação, Meio
Ambiente e Esporte], lançando olhar para a atratividade do esporte, agenda
social e para a importância da educação e do meio ambiente, de forma a atrair o
jovem para uma reflexão sobre a temática ambiental. Queremos que o jovem dentro
da escola pense a importância e enxergue o meio ambiente”, argumentou Rossieli
Soares Silva.
Segundo Edson Duarte, a popularidade do esporte faz com que o
alcance da iniciativa vá além das fronteiras brasileiras. ”A Copa Verde
repercute internacionalmente por ser o único campeonato de futebol no mundo com
recorte de sustentabilidade e ações sócioambientais, como é, por exemplo, o
concurso de redação. Essa iniciativa reafirma uma política de aproximação de
duas agendas importantes para o Brasil: a educação e o meio ambiente. Não
conseguiremos implementar uma política nacional de meio ambiente sem trabalhar
a educação”, disse o ministro.
“Saímos da reunião com a possibilidade de levar à CBF a
realização de um concurso de redação para o Campeonato Brasileiro, com a junção
de 3 ministérios [Educação, Meio Ambiente e Esporte], para que, em cada estado,
jovens participem com redações falando do seu time de futebol preferido. A
ideia é que essa condecoração seja entregue no final do ano, no mesmo evento de
premiação do campeonato”, acrescentou o representante da CBF.
Segundo ele, as próximas reuniões com os dirigentes da entidade
máxima do futebol brasileiro definirão se há tempo hábil para implementar as
medidas neste ano, uma vez que o campeonato já começou. “Geralmente a gente não
faz coisa com o campeonato no seu início, mas como a ideia é importante e
envolve três ministérios, vamos levar para a CBF, para que seja analisado”,
disse Rodrigues.
Fonte: Agência Brasil.