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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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VIAGEM

O principal destino para o ecoturismo no Brasil

Chapada Diamantina é a sede do segundo maior parque nacional

Postado em 28 de maio de 2018 por Sheyla Sousa
O principal destino  para o ecoturismo no Brasil
Chapada Diamantina é a sede do segundo maior parque nacional

SABRINA MOURA*


Localizada no coração da Bahia, ela é considerada um oásis em pleno sertão nordestino, com temperaturas amenas e reduto para diversas nascentes. A Chapada Diamantina é formada por dezenas de municípios. Com quase 40 mil km², a região foi desenhada ao longo de bilhões de anos, quando as chuvas, os ventos e o rios esculpiram suas rochas, criando vales e montanhas. Da exploração de minérios às mais diferentes formas de turismo, a Chapada ficou conhecida pela sua beleza cênica.  Com uma rica arquitetura, em grande parte tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o lugar é um reduto para o intercâmbio cultural entre nativos e turistas.

A Chapada é a sede do segundo maior parque nacional do Brasil, além de berço para espécies de plantas e animais exclusivos, o destino recebe milhares de visitantes, a cada ano, ávidos por experimentar os diferentes atrativos das localidades que compõem a região. 

Muitas vezes o destino é confundido com outras chapadas – grandes áreas planas pontilhadas por morros com topos achatados – localizadas no centro do Brasil, como a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, ou a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. O Parque Nacional da Chapada Diamantina é uma região de serras onde nascem diversos rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio de Contas. Essa mistura de serras com nascentes de rios formam um destino perfeito para o ecoturismo – com cachoeiras, lagoas, grutas, poços, mirantes e vales que encantam turistas brasileiros e estrangeiros.


Parque Nacional

O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 16 de setembro de 1985, por meio de um decreto federal. O local possui uma área de 152 mil hectares na região da Chapada Diamantina, distribuído pelos municípios de Andaraí, Ibicoara, Iramaia, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Ele é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O turismo ecológico consciente dá à Chapada as melhores características de um polo de lazer que preserva a natureza. O acesso é feito por diversas entradas sem registros precisos sobre visitações, mas ainda assim, o ICMBio afirma que a Cachoeira da Fumaça e a Trilha dos Aleixos, onde há controle de acesso, superem os 25 mil e 15 mil visitantes anuais, respectivamente. Destacam-se também a visitação pela Trilha do Pati e em direção à Cachoeira do Sossego. 

O parque é classificado como categoria de área protegida II (parque nacional) da IUCN e tem o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a pesquisa científica, educação ambiental, lazer ao ar livre e ecoturismo. 


Morros

O visual do Morro do Pai Inácio é considerado o grande cartão postal da Chapada Diamantina, que fica situado no município de Palmeiras. O morro chega aos 1.150m de altitude. Com uma vista fascinante, é possível observar morros famosos como o do Camelo e os Três Irmãos – o local tem o pôr do sol mais famoso da região, levando centenas de pessoas ao seu topo para contemplar o visual.

O Morro do Camelo está localizado ao norte da Chapada, ao lado do Morro do Pai Inácio, e possui uma altura de aproximadamente 170 metros e altitude de 1.090 metros. Existem duas interpretações do morro para os observadores: visto da BR-242, em direção a Seabra, ele lembra a imagem de um camelo; do topo do Pai Inácio, a elevação parece a face e o busto de uma mulher deitada olhando para o lado oposto de quem a observa. 


Grutas

A Gruta da Torrinha está entre as mais visitadas e também entre as mais belas da Chapada Diamantina. Ela é rica em formações de espeleotemas, estalactites e estalagmites e chama a atenção por formações raras que muitas vezes lembram flores. Outro cenário que atrai visitantes à Gruta da Torrinha é a formação geológica que se parece com o Pai Inácio e o Morrão – os dois famosos cartões postais da Chapada Diamantina. Durante o percurso, é possível ver várias flores de aragonita, bolhas e canudos de calcita, agulhas de gipsita e outras formações raras. Tem até um cenário que lembra alguns vulcões.

As grutas com poços de água cristalina são atrações singulares do local. A combinação entre as formações rochosas, a transparência da água e a incidência da luz solar criam uma atmosfera mágica, tornando o Poço Azul e o Poço Encantado em atrativos de tirar o fôlego. Mesmo com a profundidade, com áreas que variam de 20 a 60 metros, é possível ver nitidamente tudo o que está no fundo das grutas, como pedras e troncos de árvores.  Uma justificativas para tanta limpidez é a existência de elementos como o carbonato de cálcio, que filtra a água e contribui para a transparência.


Trilhas

Para quem curte uma trilha, a Cachoeira do Sossego – mais especificamente o trajeto para chegar até ela – é uma boa aventura. O caminho que leva à cachoeira, parte do município de Lençóis, o ‘bate e volta’ tem um total de 12 km de distância. A trilha é uma das mais difíceis para quem está na cidade, mas o visual ao final recompensa. O percurso passa por mirantes, pedras e árvores grandiosas, com várias oportunidades para banho na água cor de caramelo – típica da Chapada Diamantina – e termina com um trecho de pedras no leito do rio. 

No coração do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do Pati é um dos lugares mais encantadores do Brasil. A trilha oferece uma experiência singular ao colocar o turista em contato com os moradores locais – de vidas simples, ricas de histórias e saberes –, além de proporcionar momentos de contemplação e reflexão durante as longas caminhadas, subindo e descendo montanhas, com altitudes entre 400 e 1.000 metros acima do nível do mar.


Cachoeiras

A Cachoeira do Buracão fica na parte sul da Chapada Diamantina e, por ser mais distante da maioria das atrações, muita gente acaba não passando por ela. Durante o trajeto, os turistas têm acesso às cachoeiras das Orquídeas e do Recanto Verde. Ao chegar no local, é possível flutuar no rio por um corredor em meio a um vale profundo de quase 100 metros de altura, até chegar ao buracão onde cai, de uma altura de 90 metros, às águas da cachoeira.

A Cachoeira da Fumaça despenca de mais de 300 metros de altura. Ela é a segunda maior do Brasil, perdendo apenas para a Cachoeira do El Dorado, no Amazonas. Seu nome se dá por causa da água que se perde no ar, como se fosse fumaça.  Entretanto, dependendo da estação, ela pode estar completamente seca. 

O Rio Mucugezinho reserva aos turistas deliciosos pontos para banho, e o destaque fica por conta do ‘Poço’ e ‘Cachoeira do Diabo’. Com acesso fácil à margem da rodovia BR 242, o Poço do Diabo é uma excelente pedida para quem tem pouco tempo ou não quer fazer trilhas muito longas. O local oferece infraestrutura de lanchonete, lojinha de souvenires e banheiro para quem vai com criança, ou não gosta se passar o dia todo sem um ponto de apoio. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov 

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