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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Cidades

Sem gás, restaurantes temem prejuízos

Com falta de estoque em 100% dos depósitos de gás na Capital, Procon flagrou algumas situações de abuso de preços

Postado em 30 de maio de 2018 por Sheyla Sousa
Sem gás
Com falta de estoque em 100% dos depósitos de gás na Capital

Raunner Vinícius Soares*


A manifestação dos caminhoneiros contra o aumento do diesel chega a nove dias e provoca falta de gás de cozinha em 100% dos depósitos de Goiás. Alguns comerciantes estão aproveitando a situação para vender a preços abusivos cobrando até R$ 150 pelo botijão de 13 kg. As situações de abuso foram constatadas por agentes do Procon, em uma das situações o proprietário que anunciava por R$ 77, mas vendia por R$ 150. 

O valor da infração para crimes dessa natureza varia de R$ 600 a R$ 9 milhões. A abusividade se constata quando o preço cobrado é muito superior àquele que está sendo praticado no mercado de consumo. O indicado pelo Procon é que o consumidor leve a nota fiscal a um Órgão de Defesa do Consumidor para caracterizar o preço abusivo para assim indicar as lojas que vendem o mesmo produto pelo preço médio de mercado. 

Os caminhoneiros continuam mantendo pontos de concentração em rodovias do Estado, mesmo com o anúncio do governo federal de usar as Forças Armadas e a Força Nacional para liberar as vias. Segundo o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinegás), o Estado tem 3,5 mil depósitos de gás de cozinha, sendo que 550 estão na Capital, e se o problema não for resolvido logo, a situação vai piorar muito. A situação é crítica e não há previsão para a normalização do fornecimento do produto, porque mais de 60 carretas estão nas barreiras em vários pontos. 

A empresária Patrícia Fernandes, dona do restaurante Salvatore, no setor Bueno, está vivendo na pele e no bolso a falta de gás. “Para nós o desabastecimento representou um colapso. Estamos pegando botijões emprestados, temos gás até quinta-feira e não sabemos o que vamos fazer na sexta-feira e no sábado. Como é feriado acho que vou fechar”. Ao falar do prejuízo, Patrícia afirma que em média vende 120 refeições por dia, dois dias fechados representa R$ 5 mil. A dona do restaurante não pôde cumprir um evento onde lucraria R$ 5 mil por falta de peixe fresco na Capital.

A empresária também diz que procurou gás de cozinha em outras cidades próximas a Goiânia como Inhumas, Senador Canedo, Trindade, Bela Vista e não conseguiu encontrar. “Vou procurar em Goianésia hoje. Não posso ficar sem gás”. “Entendo a manifestação, o governo cobra altos impostos sobre todos nós, e faz tudo ficar mais caro, mas tudo que o governo deixa de cobrar é um beneficio a menos. O assunto é bem complicado”. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) está disponibilizando escolta policial para os caminhoneiros que quiserem seguir viagem. Esta medida foi definida pelo Comitê de Gerenciamento de Crise e dá preferência a cargas como combustíveis e gás de cozinha. A solicitação do serviço pode ser feita pelo número (62) 3201-6101.


Desabastecimento

A Vila São Cottolengo, hospital de Trindade, Região Metropolitana de Goiânia, informou que opera com apenas 40% do total de gás a granel disponível. A quantidade é suficiente apenas para as atividades de terça-feira (29). Por conta da situação, a unidade, que atende 313 pacientes com deficiências físicas e intelectuais, decretou “situação de alerta” e está realizando medidas de contenção para continuar a prestar o serviço. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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