‘O Espírito da Montanha’: o materialismo e as relações pessoais
A adaptação do conto chinês O Lago Verde será apresentada, nesta sexta e no sábado, em Goiânia
SABRINA MOURA*
O espetáculo O Espírito da Montanha, da Companhia Mínima de Teatro – que teve apresentação na quinta-feira (7) para convidados e apoiadores – será exibido nesta sexta (8) e no sábado (9), para o público no Teatro Goiânia. A peça narra a história de um jovem camponês que se encontra indignado com sua situação, de nunca conseguir acumular riquezas para dar uma vida melhor à sua mãe. O jovem busca respostas de um sábio monge. Durante seu trajeto até o encontro com esse monge, ele enfrenta alguns desafios e obstáculos.
Conforme explica o diretor do espetáculo, Franco Pimentel, a peça é uma adaptação do conto chinês O Lago Verde. “A ideia da adaptação surgiu há dois anos, quando tive contato com a história. É algo interessante para ser conversado com a juventude e as novas gerações, pois a gente percebe que há um crescimento grandioso no mundo, hoje, sobre o materialismo. As pessoas se preocupam muito com a questão do acúmulo, e acabam se distanciando das relações pessoais. Essa falta de comunicação entre um e outro é algo muito atual”, comenta o diretor.
A exibição mescla elementos de composição com base em aspectos referentes ao conhecimento teatral e aspectos da espiritualidade e ancestralidade. “Quando pegamos o conto chinês, foi necessário criar uma dramaturgia, corpos, ideias, gestos e ações, criando drama e dando vida aos personagens. Saímos do alegórico trazendo a identificação de personalidade dos personagens, o que os aproxima do público, fazendo com que eles se vejam em cada intérprete”, explica Pimentel sobre a diferença do conto até a adaptação para o teatro.
Franco Pimentel comenta sobre a importância em assistir a essa montagem, que é destinada a todos os públicos: “De certo modo, a nova geração perde a preocupação com os mais velhos, há uma certa frieza. A peça traz também a ideia de que não são os acúmulos materiais que vão trazer um certo bem estar. Nosso discurso é mostrar que o importante, não é o acúmulo de riquezas, mas sim a sua distribuição. Não precisamos ser ricos, mas ter o necessário. Além disso, a juventude depende dos nossos referencial para construir um futuro melhor. Devemos levar para eles algo desafiador para provocar o pensar sobre algo mais complexo”.
O espetáculo teatral produzido pela Companhia Mínima é patrocinado pela Lei Municipal e Incentivo à Cultura.
*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação
da editora Flávia Popov.
SERVIÇO
‘O Espirito da Montanha’
Quando: sexta-feira (8) e sábado (9)
Onde: Teatro Goiânia (Av. Tocantins, 503-561, Setor Central – Goiânia)
Horário: 20h
Entrada: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)