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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Música

“Através do futebol, falamos sobre música, homem, infância”

‘Samba Futebol Clube’ está em cartaz no Teatro Madre Esperança Garrido, em Goiânia

Postado em 15 de junho de 2018 por Sheyla Sousa
“Através do futebol
‘Samba Futebol Clube’ está em cartaz no Teatro Madre Esperança Garrido

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SABRINA MOURA*


Musical que une duas paixões brasileiras, a música e o futebol, chega a Goiânia nesta sexta-feira (15) e no sábado (16), no Teatro Madre Esperança Garrido, na Capital. O Samba Futebol Clube mistura música, teatro, dança e vídeo – sob a direção de Gustavo Gasparani. Devido ao sucesso de crítica e público, o espetáculo passa por Brasília (DF) e Cuiabá (MT) – além de Goiânia.

A peça, que estreou em 2014 no Rio de Janeiro– ano em que ocorreu a Copa do Mundo no País –, segundo o diretor Gasparini, surgiu sob sugestão do jornalista João Pimentel ao assistir a um espetáculo dele. Após o questionamento sobre fazer um espetáculo sobre futebol, Gustavo propôs ao jornalista: “Como futebol não é minha especialidade – a música brasileira e o teatro sim – me traz toda a pesquisa sobre o tema”.

Através de um repertório e vários os textos, levados pelo jornalista, o diretor estudou bastante, selecionando um repertório mais afetivo, que passa pela infância e pela história do Brasil. “Através do futebol, estamos falando, na verdade, do homem e do País. Fizemos uma coisa menos técnica para torcedores e que contemplasse também quem não é fanático por futebol. Com isso, conseguimos agradar as idades e plateias”, conta Gasparani.

Em cena, entram oito atores/músicos, formando um time de jogadores e torcedores, que se revezam numa narrativa dramático-musical. “No primeiro ato, contamos a relação da música com o futebol, através dos torcedores; e, no segundo ato, através dos nossos jogadores”, explica o diretor. “A ideia de ser um musical foi por conta da enormidade de canções que tratam do tema. É muita música! Utilizamos mais ou menos 25% de todo o material musical existente no espetáculo”, completa.

O espetáculo carioca foi muito bem premiado: de 40 indicações, levaram dez prêmios, sendo eles: dois Prêmios Shell nas categorias Ator – por todo o elenco – e Direção Musical. Recebeu ainda dois Prêmios Cesgranrio como Melhor Diretor e Melhor Coreógrafo. Por fim, recebeu dois Prêmios APTR, por Melhor Autor e Melhor Espetáculo, dois Prêmios Reverência, nas categorias Diretor e Ator, e dois Prêmios Botequim Cultural nas categorias de Melhor Autor e Melhor Diretor. Além da temporada no CCBB, o projeto também esteve em cartaz no Teatro Carlos Gomes e no Teatro Leblon, no Rio de Janeiro.

Como parte da encenação do espetáculo, todos tocam os instrumentos ao vivo. A coreografia, assinada por Renato Vieira, parte dos gestos dos próprios jogadores e torcedores, transpondo e recriando um balé popular, familiar aos brasileiros para as dimensões do teatro musical. “Através do futebol e da sua relação com música popular brasileira, o espetáculo fala do homem, da infância, das suas relações com o outro e dos momentos do País”, diz Gasparino.

O diretor ainda afirma que é “um espetáculo de brasilidade muito forte”, e, ao colocar ele no teatro o público tem um outro ponto de vista em relação a esse esporte: “A teatralidade dos gestos, dos movimentos do futebol e da dança são levados de uma outra forma pra cena que fica muito diferente a de um jogo de futebol de fato. A crítica seria em que o futebol está ligado à história do País. Ao contar a história da música com o futebol, passando pelas épocas e pelos momentos do País, com a ditadura militar, esse momento atual em que o Brasil vive e os momentos de ouro do Brasil (anos 50) onde ele estava dando certo (época JK)”.

Conforme conta Gasparino, se o futebol fosse um esporte silencioso, “sem cantoria, sem estádios, hinos e até a trilha que embala os melhores momentos da torcida, provavelmente seria algo muito chato”. Utilizando elementos do jogo, da música brasileira e da dança do futebol, o espetáculo traz, então, vídeos com tratamento pop – numa mistura de linguagens e imagens de jogadores e jogadas importantes – que ilustram as histórias entrelaçadas por músicas e textos. Nele, estão ritmos como o samba, a bossa-nova, o choro, o rock, o sertanejo universitário e o hip hop. O critério do diretor Gasparani em relação às músicas foram a beleza, a pertinência das letras em relação ao tema e às cenas.

O espetáculo, com um elenco basicamente carioca, possui foco nos times do Rio de Janeiro, embora faça homenagens a outros times. “É curioso, porque os próprios textos dos escritores que a ente usa como Drummond, Paulo Mendes Campos, Nelson Rodrigues são de pessoas que escrevem sobre o futebol carioca e que não necessariamente são de lá. Nós temos um ator de Goiás, que é o Daniel Carneiro, e temos um de Curitiba, que é o Gabriel Manita, que falam dos times deles – tem uma citação ao Villa Nova por exemplo. Eu espero que a recepção em Goiânia seja tão calorosa quanto foi do Rio”, finaliza Gustavo Gasparini.

O espetáculo conta com patrocínio do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, que tem como objetivo contemplar projetos de circulação de espetáculos teatrais não inéditos, em parceria do Ministério da Cultura.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov


SERVIÇO

‘Samba Futebol Clube’

Quando: sexta-feira (15) e sábado (16)

Onde: Teatro Madre Esperança Garrido (Avenida Contorno, 63 – Setor Central)

Horário: 21h

Entrada: R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia) 

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