China anuncia como responderá aos EUA após Trump impor taxas
“Introduziremos, na mesma escala, as mesmas medidas tarifárias, e todos as conquistas econômicas e comerciais alcançadas por ambas as partes ficarão invalidadas”, disse o ministério chinês
O Ministério de Comércio chinês anunciou nesta sexta-feira (15) que, apesar de não desejar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, responderá aos Estados Unidos “com as mesmas medidas impositivas” que o país norte-americano vai impor à China. As informações são da EFE.
“Introduziremos imediatamente, na mesma escala, as mesmas medidas tarifárias, e todos as conquistas econômicas e comerciais alcançadas por ambas as partes ficarão invalidadas”, indicou o ministério chinês em comunicado publicado em seu site.
O anúncio da China ocorreu horas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que sobretaxaria em 25% as importações chinesas avaliadas em US$ 50 bilhões que contêm “tecnologias industrialmente significativas”, em uma nova escalada na tensão comercial entre os dois países.
“A China não está disposta a travar uma guerra comercial, mas a parte chinesa não tem outra opção além de se opor firmemente a isso, devido ao comportamento míope dos Estados Unidos, que prejudicará ambas as partes”, assinalou o ministério chinês.
Trump tomou a decisão em reunião na Casa Branca com seus secretários de Comércio, Wilbur Ross; do Tesouro, Steven Mnuchin, e de Comércio Exterior, Robert Lighthizer. Precisamente no último dia 3, o secretário Ross visitou Pequim, na terceira fase de uma rodada de negociações na qual os dois países tinham chegado inclusive a um acordo.
No início de maio, os dois governos concordaram em evitar uma guerra comercial depois que os EUA suspenderam a possível imposição de tarifas no valor de US$ 150 bilhões para centenas de produtos chineses por temas de propriedade intelectual, enquanto a China se comprometeu a aumentar “significativamente” as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos para equilibrar a balança comercial.
No entanto, o presidente Trump afirmou que não estava satisfeito com o acordo e anunciou hoje novas medidas. “Por conta do roubo de propriedade intelectual e tecnológico e outras práticas comerciais injustas, os EUA implementarão uma tarifa de 25% sobre US$ 50 bilhões de produtos da China que contêm tecnologias industrialmente significativas”, afirmou a Casa Branca em comunicado.
As novas tarifas, indicou o comunicado, “são essenciais para prevenir maiores transferências injustas de tecnologia e propriedade intelectual dos EUA para a China”, e “protegerão os empregos no país”.
Tarifas
Trump revelou em março seus planos de impor tarifas por US$ 50 bilhões à China pelo déficit comercial de Washington com relação a Pequim, e iniciou assim um período de confronto comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O governo de Trump identificou, então, cerca de 1,3 mil produtos chineses que planejava taxar em uma lista na qual incluiu aparatos de tecnologia de ponta das indústrias aeroespacial e robótica. Estas tarifas se somariam às já impostas por Trump em nível mundial às importações de aço (25%) e alumínio (10%).
Além das medidas recíprocas, a Acina informou que serão cancelados os acordos alcançados nesta matéria, após dois meses de negociações com Washington.
“A nossa posição continua sendo a mesma. Se os EUA tomarem medidas unilaterais e protecionistas que danifiquem os interesses chineses, responderemos imediatamente tomando as decisões necessárias para salvaguardar nossos legítimos direitos e interesses”, acrescentou o porta-voz das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, em entrevista coletiva. (Agência Brasil)