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domingo, 1 de setembro de 2024
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Política

Arma mais barata para agentes

SEGURANÇA – projeto aprovada pela Assembleia isenta de ICMS compras feitas por integrantes dos órgãos de segurança pública no Estado

Postado em 20 de junho de 2018 por Sheyla Sousa
Arma mais barata para agentes
SEGURANÇA – projeto aprovada pela Assembleia isenta de ICMS compras feitas por integrantes dos órgãos de segurança pública no Estado

Venceslau Pimentel*


Integrantes dos órgãos de segurança pública de Goiás ficarão isentos de tributação do ICMS na compra de armas de fogo, munição, colete balístico e automóveis nacionais. É o que prevê projeto aprovado pela Assembleia Legislativa e que agora depende da sanção do governador José Eliton (PSDB) para virar lei.

A isenção abrange membros das Forças Armadas, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, das Polícias Civil, Militar e dos Corpos de Bombeiros Militares, das Guardas Civis Municipais dos municípios do Estado e agentes e guardas prisionais.

“Apesar de abarcar produtos de setores econômicos diversos, o objetivo aqui trazido é único: promover e garantir a preservação dos agentes públicos de segurança, reduzindo o custo de aquisição de produtos que promovem o incremento substancial da guarda individual e familiar”, justifica o deputado Bruno Peixoto (MDB), autor da proposta. “Há uma intensa crise instalada no setor de segurança pública, sendo assombrosamente corriqueiro tomar notícia de assassinatos de policiais, principalmente durante a folga de suas atividades”, pontua o parlamentar.

Apesar de, por vezes, essas corporações fornecerem equipamentos que garantem a proteção individual de seus agentes, o emedebista considera necessário facilitar a aquisição própria dos objetos que constam do projeto. “Não à toa, o estatuto do desarmamento previu a possibilidade de os agentes mencionados não só possuírem, mas também portarem arma de fogo consigo, ainda que fora do horário do serviço. É inegável que são pessoas mais sujeitas a cruzarem caminhos com os marginais que definham a sociedade, devendo para tanto manter alerta e prontidão constantes”.

Peixoto assegura que não se trata de incentivar a profusão indiscriminada da venda de armas e que o que se busca é garantir que aqueles servidores da segurança que considerem necessária à sua segurança individual a aquisição de equipamentos guardiões adicionais, possam comprá-los. Ele reforça que a isenção de ICMS tem o propósito de elevar a possibilidade de autoproteção do agente de segurança e a chance de sobrevivência dele em situações de embate com criminosos. “Consideramos, no mínimo, ingênuo pensar que o Estado é capaz de se fazer onipresente e salvaguardar a vida de seus próprios agentes de segurança”, pondera.

Pelo projeto, o benefício fica estendida a isenção também sobre os automóveis adquiridos pelos referidos funcionários públicos, que já contempla taxistas e deficientes físicos. Dessa forma, diz Peixoto, evita-se a circulação do profissional de segurança em transportes públicos. “O problema nesse deslocamento é que, comumente, o agente já vai devidamente fardado para seu ofício. É público e notório que servidores da segurança pública, quando caracterizados como tal, são alvo de intensa violência na abordagem por criminosos. Iniciado o ato ilícito violento, quando o infrator verifica que a vítima é membro de carreira ligada à segurança pública, busca a eliminação de qualquer rastro que possa culminar em sua posterior captura”, justifica

Para o parlamentar, essa eliminação de provas costuma coincidir com o aniquilamento do agente de segurança. “Não fosse revoltante o suficiente a exterminação de uma vida dedicada à promoção da paz social, é de ressaltar também os custos que reverberam nos cofres públicos. Todo o treinamento passado ao militar ou ao policial é descartado, jogado no lixo, sem falar nas sempre crescentes pensões por morte pagas à família viúva”.

Por fim, Bruno Peixoto destaca dados estatísticos que corroboram, segundo ele, com a sua proposta. “Um país que assiste a um assassinato a cada dez minutos deve, antes de qualquer coisa, buscar garantir a preservação daqueles que são movidos a preservar a própria sociedade, sob pena de fulminar todo o sistema de segurança pública existente, já há muito adoecido”. 

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