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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Pesquisa

Número de casos de pessoas com diabetes cresce em Goiás

Aumentou também a taxa de mortalidade por conta da doença. Especialista ajuda a evitar e combater a diabetes com alimentação saudável

Postado em 22 de junho de 2018 por Márcio Souza
Número de casos de pessoas com diabetes cresce em Goiás
Aumentou também a taxa de mortalidade por conta da doença. Especialista ajuda a evitar e combater a diabetes com alimentação saudável

Dados do Ministério da Saúde revelam que a população com
diabetes em Goiás chega a 320 mil pessoas. Os números mais preocupantes são
referentes a taxa de mortalidade da doença, no ano de 2006 a mortalidade foi de
14,9 para cada 100 mil/habitantes, enquanto em 2015 subiu para 25,7 óbitos para
cada 100 mil/habitantes, o que equivale a um aumento de 30,4%. Segundo dados da
Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (SES), a doença levou a morte 1.696
pessoas no Estado somente em 2015. Em 2016, foram internados 7.241 pacientes.

Para o gerontólogo, especialista em Nutrição
Anti-inflamatória, Leandro Zanutto, manter uma alimentação saudável é
fundamental para quem vive com a doença. Ele afirma que na prevenção e
tratamento, a dieta exerce um papel fundamental, sendo responsável pelo menos
em 70% do controle do quadro. Também entra nessa conta outros hábitos saudáveis
de vida como a prática de exercícios físicos moderados regulares, a perda de
peso e o uso de algumas medicações a depender do caso.

O especialista lembra que o diabetes é uma doença silenciosa
que leva a diversas complicações na saúde como causar derrame, cardiopatias,
cegueira, infarto agudo do miocárdio, doenças renais e insuficiência
circulatória nos pés que desencadeiam em amputação de membros inferiores.
“Então, por mais que o paciente tome medicações e se exercite, se ele mantém um
hábito alimentar errado, a chance da doença progredir é muito alta”.

Zanutto explica que a alimentação saudável provavelmente
deve ser a única maneira de evitar desenvolver a doença. E para quem já vive
com ela, manter uma alimentação equilibrada ajuda não só diminuir a dose das
medicações como até mesmo suspender o uso, em alguns casos. “O alimento não
substitui a medicação, mas faz com que elas trabalhem de forma mais eficiente,
necessitando assim de doses menores para que se alcance o mesmo efeito
terapêutico. E não é um alimento em si que tem esse poder, mas as respostas
hormonais geradas pela combinação de alimentos que são capazes de restaurar o
metabolismo hepático e muscular”, esclarece.

Dieta

Ele afirma que a melhor dieta para controle de diabetes é
aquela que consegue restringir calorias do paciente sem fazer o mesmo sentir
fome e sem restringir nutrientes essenciais para sua saúde. Mas alerta que
modificações de medicações nunca devem ser feitas por conta própria, devem
sempre ser orientadas por um médico em conversa com um nutricionista.

Segundo ele, a dieta que mais se tem publicação científica
com este intuito e tem mostrado não só controlar processos inflamatórios como
também o diabetes chama-se Zone Diet [que usa um método exclusivo com foco na
resolução da inflamação]. “Ela propõe um equilíbrio entre carboidratos,
proteínas e ácidos graxos numa proporção 40-30-30, utilizando carboidratos
ricos em polifenóis e com baixa carga glicêmica, proteínas magras, gorduras
monoinsaturadas e o balanço correto entre gorduras ômega 6 e ômega 3”, orienta.

Ele garante que os polifenóis, abundantes nessa dieta,
potencializam o efeito da restrição calórica aumentando a atividade de uma enzima
chamada de AMP-Kinase que melhora o metabolismo celular. “Em um estudo
publicado no Diabetes Care [uma publicação americana sobre o assunto] em 1998,
a Zone Diet reduziu a resistência à insulina, que é a causa primária do
diabetes, em apenas quatro dias”, comenta.

Avanço da doença

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, o número de
brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos,
passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. A pesquisa Vigilância
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel), realizada em abril de 2017, revelou que as mulheres passaram a
representar mais diagnósticos da doença, o grupo passou de 6,3% para 9,9% no
período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens.

Zanutto afirma que o comum com a progressão da doença é o
uso de mais e mais medicações para o controle do quadro. Porém, somente quando
o limiar tóxico dessas medicações é alcançado e as drogas não são mais
suficientes para controlar o quadro é que costuma se pensar em fazer dieta.
“Esta é a realidade de muitos pacientes que acreditavam que o uso das drogas
seria suficiente para controlar o quadro. Mas é o inverso: quanto mais a doença
progride, mais a alimentação deveria ser encarada como essencial, pois ela
consegue atuar na causa do problema, que é a falta de resolução da inflamação,
enquanto as medicações conseguem, na melhor das hipóteses, apenas atuar nas
consequências dela”, lamenta.

Ele diz que a maioria dos pacientes e uma parte dos
profissionais de saúde, só buscam modificar a dieta quando as drogas não são
mais eficazes em controlar o quadro. “Infelizmente muitas vezes já é tarde para
algumas consequências da doença, como amputações, degeneração macular e
neurodegenerações. Mas nunca é tarde para começar a fazer o controle glicêmico
pela dieta, melhorar o metabolismo dos tecidos e perder peso. Isso pode
significar a diferença entre a morte e uma vida livre de mazelas”.

Na próxima terça-feira (26), Leandro Zanutto estará em
Goiânia para uma palestra gratuita sobre Diabetes, no Conselho Regional de
Farmácia (CRF-GO), às 19h. É necessário fazer um cadastro prévio no site da
Zone Diet (www.zonediet.com.br)

 

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