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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Brasil

Saiba quais são os efeitos da Copa do Mundo para a economia

Especialistas apontam que durante o evento ocorrem muitas paralisações em atividades importantes, o que acaba por gerar um impacto negativo na economia do país

Postado em 30 de junho de 2018 por Guilherme Araújo
Saiba quais são os efeitos da Copa do Mundo para a economia
Especialistas apontam que durante o evento ocorrem muitas paralisações em atividades importantes

A Copa do mundo é um dos eventos esportivos mais aguardados ao redor do mundo. Um episódio deste porte movimenta uma grande quantidade de dinheiro, mas não é possível um saldo positivo se a organização transnacional FIFA e as relações entre o setor público e privado não estiverem bem organizados. O impacto da Copa do Mundo na economia pode ser positivo ou negativo, no caso desta edição, o impacto no Brasil não vem sendo dos melhores.

De acordo com o Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, o expediente bancário acaba sendo afetado quando ocorrem jogos da seleção brasileira em dias úteis, isto abala o volume transacionado e a liquidez. Em geral, é ruim também para o câmbio, já que existem muitos dias de poucos negócios e baixa liquidez. “Teremos um mês com poucos dias úteis, ou seja, teremos resultados baixos para o mercado financeiro”, diz Bergallo. 

Foi avaliado que a Copa do Mundo de 2018 pode trazer mais ruídos negativos aos dados domésticos de atividades nos meses de junho e julho deste ano. “Se analisarmos os indicadores de comércio varejistas e produção industrial durante os últimos quatro mundiais de futebol, é possível observarmos que o varejo exibe queda mensal de 0,5% e a indústria mostra recuo de 0,3% nos meses em que o evento ocorre, já descontados os efeitos sazonais. Estes desempenhos negativos são explicados pelas dispensas concedidas pelas empresas aos seus funcionários, bem como pelo encurtamento de seus horários de funcionamento”, explica o Economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier.

Vale destacar o desempenho setorial das vendas varejistas no Brasil durante os meses de Copa: o comércio de móveis e eletrodomésticos foi o que exibiu maior retração (-2,9% ao mês), seguido pelo setor de combustíveis e lubrificantes (-1,0%). Por outro lado, as vendas em supermercados mostraram estabilidade (0,0%) e o comércio de tecidos e roupas teve discreta alta mensal (+0,2%). 

Estes ruídos negativos do Mundial de Futebol sobre a atividade se somarão aos efeitos da paralisação do transporte de carga e dificultarão ainda mais a leitura clara da tendência da atividade doméstica neste meio de ano. Para o Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, a atividade econômica já vinha se desacelerando em função da greve dos caminhoneiros, eleições e cenário externo. 

A ocorrência da copa em dias e horários em que a indústria e os serviços estão em plena atividade, acaba por atrapalhar ainda mais a recuperação. “As paradas durante o dia não serão repostas em outros horários e devemos assistir a efeitos contundentes na indústria e, em menor escala, no varejo”, finaliza Pedro. 

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