Rinhas de galo são anunciadas na internet mas prática é ilegal
Os preços variam, em média, de R$ 60 a R$ 2 mil, mas algumas aves são anunciadas de
até R$ 30 mil
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Raunner Vinícius Soares*
O comércio de galo de rinha acontece livremente nas redes sociais e em sites de compra e venda. Além dos animais, vários acessórios são encontrados facilmente como o rebolo (espécie de tambor onde acontece o confronto dos animais), materiais em vídeo de criação e manejo de galo de combate e, até mesmo, alimentação especial para esta prática.
No Brasil, as brigas de galo estão proibidas desde 1934, com a edição do Decreto Federal 24.645 que proíbe “realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécies diferentes, touradas e simulacro de touradas, ainda mesmo em lugar privado.”
Uma das raças mais comercializadas na internet é a Shamo, que tem origem no Japão e é usada porque a posição do corpo ereto e as asas junto aos ombros, salientes, são suas características comuns; são muito musculosos com plumagem pegajosa e curta, e olhar agressivo e cruel. Os preços variam, em média, de R$ 60 a R$ 2 mil, mas algumas aves são anunciadas de até R$ 30 mil.
No Bairro Jardim Marques de Abreu, na região Oeste de Goiânia, neste fim de semana, a Polícia Militar (PM) fechou uma rinha de galo. De acordo com a corporação, foram encontrados cerca de 30 galos em condições de maus-tratos. Os organizadores da rinha e participantes foram presos e encaminhados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.
No local foram encontrados cerca de 30 galos que estavam amarrados em gaiolas de madeira e caixas de plástico. Segundo a corporação, os animais apresentavam sinais de cansaço e sangramento pelo corpo.
Os policiais descobriram o local durante um patrulhamento pela Rua do Cerrado no mesmo bairro. Após avistarem uma grande movimentação em uma casa, os militares pediram para uma vizinha para entrar na residência com o objetivo de averiguar o que acontecia na casa ao lado. Ao olharem por cima do muro para o lote vizinho, eles visualizaram e constaram que no local funcionava uma competição de rinha de galo.
Os envolvidos que foram detidos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela prática do crime ambiental de maus-tratos de animais.
De acordo com a PM, foi solicitado apoio de outras viaturas e do Batalhão do Meio Ambiente e, posteriormente, os policiais entraram no local para fazer a abordagem. Ao perceberem a presença da equipe, alguns participantes fugiram pulando os muros da vizinhança, mas os militares conseguiram prender organizadores e participantes. Os envolvidos que foram detidos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela prática do crime ambiental de maus-tratos de animais.
Patrulha
No dia 24 de janeiro durante um patrulhamento pelo Setor Jardim das Acácias, em Aparecida de Goiânia, a equipe do Comandante do Policiamento da Unidade (CPU) com o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), foi localizada uma chácara onde estava ocorrendo rinha de galos. Sete pessoas foram encaminhadas a autoridade policial e autuadas por maus tratos aos animais. 34 galos de brigas foram apreendidos e a maioria se encontravam machucados, bem como materiais, bicos de briga e outros. (Raunner Vinicius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)