Da Redação 

Neste período de férias é um
momento de descontração, descansar e se divertir, mas alguns cuidados devem ser
reforçados nesta época. Os oftalmologistas estão reforçando os cuidados com o
hábito de coçar os olhos. O ato pode provocar, em quem tem predisposição, o
aparecimento do ceratocone – doença que atinge 1 em cada 2000 brasileiros e que
mais causa necessidade de transplantes de córneas no Brasil.

O ceratocone é uma doença não inflamatória progressiva que
provoca o afinamento e aumento da curvatura da córnea. Geralmente começa na adolescência e a
patologia normalmente se estabiliza por volta dos 30 anos. Como principais
sintomas são o aparecimento da miopia e astigmatismo, fatores que levam a uma
necessidade frequente de troca de óculos. Além disso, a doença pode deixar a
visão turva. “O ceratocone também pode não apresentar sintomas. Por isso, é
importante que todos façam consultas periódicas com o oftalmologista. Com o
diagnóstico precoce o tratamento tem melhores resultados”, explica Fernando
Heitor de Paula, presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO).

A patologia, raramente, causa cegueira, no entanto, ele pode
provocar piora significativa da visão. Em fase inicial, a doença é tratada com
o uso de óculos ou lentes de contato para melhorar a visão. No entanto, dependendo da evolução, as
indicações podem ser o implante de um anel dentro da córnea, crosslinking
(técnica que aumenta a resistência da córnea) e, em último caso, o transplante
de córnea.

Por que não coçar os
olhos?

A inofensiva, a princípio, mania de coçar os olhos pode
trazer graves prejuízos para a saúde ocular. “Jamais coçar o olho é a
recomendação dos oftalmologistas, mesmo que seja praticamente impossível. Essa
ação, caso seja muito frequente, pode provocar traumas repetitivos na córnea e
alterar sua estrutura. Este fator facilita o aparecimento do ceratocone”,
explica Fernando.

Nos períodos de seca, comuns entre julho e setembro, os
casos de alergia ocular aumentam. Por isso, a atenção deve ser redobrada. “Como
coçar os olhos não é uma opção, o melhor a se fazer é buscar ajuda. Somente um
especialista pode prescrever um tratamento ideal para o incômodo, seja ele
medicamentoso ou não”, finaliza.

(Contribuição de Mônatha
Nogueira)