Fernanda Martins

A incidência de casos de violência contra advogados em Goiânia
chama atenção. Na noite de ontem (17), o advogado criminal Sérgio Beze Prates,
44 anos, foi morto a tiros em um posto de combustíveis que fica na Avenida
Perimetral Norte, no Setor São Judas Tadeu, em Goiânia.

Junto com o advogado criminal estava seu cliente Murillo
Moraes Lobo, 32 anos, que também foi atingido. Murillo estava no banco do passageiro,
ao lado do advogado. Ele foi levado ao Hospital de Urgências Governador Otávio
Lage de Siqueira (Hugol).

Segundo testemunhas, o veículo do advogado estava
estacionado no fundo do posto de combustíveis, que fica no cruzamento da
Avenida Perimetral Norte com a GO-080, quando um carro de luxo parou ao lado. Dois
homens desceram e efetuaram vários disparos que atingiram Sérgio e Murillo. O
advogado morreu na hora. O cliente, que já tinha passagem por tráfico de drogas
e lesão corporal, era foragido da polícia e, mesmo após baleado, foi visto
tentando queimar alguns documentos e quebrou o próprio celular antes da chegada
do corpo de bombeiros ao local para prestar socorros.

Outros casos

No início do ano, a advogada Lais Fernanda Araújo Silva foi
morta a tiros por uma quadrilha de roubo de automóveis, enquanto estacionava
seu carro no Setor Alto da Glória, região sul de Goiânia. Outro caso que causou
bastante comoção foi do advogado que recebeu um pacote em seu escritório, em
julho de 2016, e ao abri-lo a encomenda explodiu, causando a perda de três
dedos e parte da mão esquerda do advogado.

Em nota, a Ordem dos Advogados de Goiás (OAB-GO) declarou
que está acompanhando as investigações do crime que vitimou o advogado Sérgio
Beze Prates e lamentou o ocorrido. “Neste momento, a Ordem externa condolências
à família e aos amigos do colega vitimado, repudia o estado de violência que se
abate sobre a sociedade e aguarda o esclarecimento e a punição exemplar do
brutal crime ocorrido.”

A equipe de reportagem do jornal O Hoje tentou contato com a
OAB-GO para comentar sobre o aumento da violência contra advogados em Goiás,
mas a entidade não quis se pronunciar sobre o assunto.