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domingo, 24 de novembro de 2024
Falsidade ideológica

Argentina identifica estudante brasileiro que atuava como médico

acerda ainda precisava cursar três matérias para se formar e, para poder trabalhar, se apresentou com identidade falsa e matrícula do ex-colega de estudos.

Postado em 30 de julho de 2018 por Katrine Fernandes
Argentina identifica estudante brasileiro que atuava como médico
acerda ainda precisava cursar três matérias para se formar e

A descoberta de que um estudante de medicina brasileiro estava exercendo a profissão na Argentina, sem diploma e usando a identidade de outra pessoa, levou as autoridades a iniciar uma investigação.

O Colégio de Médicos da Província de Buenos Aires, cidade que concentra um terço da população do país, informou que há pelo menos 26 fraudes cometidas por “falsos médicos” latino-americanos. A entidade apura a existência de uma brasileira nas mesmas circunstâncias suspeitas.

O escândalo começou com a publicação, nas redes sociais, da foto do bolo de casamento do policial argentino Leandro Alberto Acevedo com o brasileiro João Peixoto dos Santos Neto, que exercia medicina no Hospital Dr. Ángel Marzetti, na cidade de Cañuelas, a 70 quilômetros de Buenos Aires.

O bolo foi decorado com as iniciais dos cônjuges (L e F), em vez de L e J. Isso porque a verdadeira identidade do falso médico é Felipe Nori Haggi Lacerda.

Suspeitas

Felipe Lacerda tinha sido colega de faculdade de João Peixoto dos Santos Neto, que é brasileiro e trabalha com médico em Bariloche, no sul da Argentina. Mas Lacerda ainda precisava cursar três matérias para se formar e, para poder trabalhar, se apresentou com identidade falsa e matrícula do ex-colega de estudos.

A troca de letras no bolo causou suspeitas entre colegas do mesmo hospital. Mas a fraude foi descoberta quando Lacerda pediu licença para a lua de mel e teve que apresentar a certidão de casamento. Na Argentina, é permitida a autorização entre pessoas do mesmo sexo.

Felipe Lacerda é suspeito de adulterar o documento para colocar o nome falso. O hospital pediu ao Registro Civil o envio do documento original. Desde então, Lacerda não apareceu mais no trabalho, mas o cônjuge dele foi afastado do cargo.

O advogado do verdadeiro João Peixoto dos Santos Neto disse que seu cliente ficou “chocado” ao descobrir que a sua identidade estava sendo usurpada por Lacerda e o denunciou à Justiça.

Mais denúncias

Além do caso de Felipe Lacerda, há o da brasileira Thais Soares Costa, que trabalhava no mesmo hospital de Cañuelas, utilizando identidade e matrícula de outra colega. Nos últimos dias, surgiram denúncias em outros hospitais, envolvendo “falsos” médicos da Bolívia, Colômbia e Venezuela.

A Associação de Médicos da Republica Argentina denunciou “a proliferação de médicos com matrículas falsas”, o que constitui “um delito gravíssimo”.

Estudantes de vários países da América Latina, muitos deles do Brasil, estudam medicina na Argentina, pois há universidades públicas gratuitas, que têm prestígio e não exigem vestibular. E as universidades privadas são mais baratas do que as brasileiras.

Os “falsos” médicos são acusados de fraude, falsificação de documento público, exercício ilegal da medicina e usurpação de títulos e honrarias.  

Fonte:Agência Brasil

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