GABRIELLA STARNECK

ESPECIAL PARA O HOJE

O espetáculo A História do Balão Vermelho, do grupo Celeiro das Antas (DF), será apresentado, neste sábado (4), no Teatro Sesc Centro. Voltado para o público infantil, a peça desperta a imaginação da criançada por meio da história de aventura de um balão vermelho, inseguro, inquieto e que desconhece que pode voar. Com toda sua pureza e ingenuidade, parte em busca da realização de um sonho e faz sua própria história acontecer.

“Esse espetáculo tem um lado filosófico, ligado ao princípio da construção da identidade. Seu enredo traz essa liberdade que todos nós temos, de questionar quem somos e o que queremos fazer – eu acredito que ele traduz as nossas ansiedades. E, por meio dessa história, queremos instigar as crianças a serem livres e irem em busca de seus sonhos, pois é isso que nos move. O homem é resultado de sua imaginação”, afirma José Regino, diretor e interprete do espetáculo.

Espetáculo 

Escrito por Elizete Gomes, A História do Balão Vermelho teve a sua estreia em outubro de 1991. De lá para cá, foram cinco montagens, seguindo sempre a concepção original, embora com elencos diferentes. O espetáculo traz, em seu enredo, um balão jovem, pequeno e que ainda não tem consciência de quem ele é. No decorrer da história, por meio de um sonho, o balão decide começar uma aventura que se torna maior do que ele poderia imaginar. Segundo o diretor, o enredo retrata uma busca pela própria identidade. 

Encenado por José Regino e Elisa Carneiro, A História do Balão Vermelho deu origem ao Teatro Celeiro das Antas. E, para comemorar os 25 anos de existência do grupo, os membros trazem em cena, novamente, esse espetáculo com pequenas alterações. “Houve algumas adaptações de frases, mas a história narrativa continua sendo a mesma, porque é um texto sucinto – a Elizete tem essa característica no trabalho dela. O que sempre muda no enredo, que já é da natureza do espetáculo, é a cena introdutora, ou seja, como o balão aparece para as crianças”, afirma o José Regino.

O espetáculo, ao longo desses mais de 25 anos, já circulou por uma série de locais no Brasil. Em 1993 foi apresentado 9ª Mostra de Teatro de Sertãozinho em Sertãozinho (SP). Cerca de seis anos depois, chegou a Brasília, no Teatro Garagem  Sesc.  Posteriormente, A História do Balão Vermelho foi passando por locais como Pernambuco, São Paulo e Bahia. Dentre as principais apresentações, pode ser citada a 1ª Bienal do Livro de Brasília – Arena Infantil Monteiro Lobato – Brasília, 2012. 

Proposta

O espetáculo é voltado para o público infantil justamente por aguçar o lado imagético da criançada. Para isso, os intérpretes se apropriam de objetos do cotidiano para criarem os personagens. Para o diretor, as coisas podem ser transformadas: “Um travesseiro vira um sapo, por exemplo”. José Regino ainda afirma que trabalha mais com o humor físico, já que ambos os interpretes são palhaços. Embora em A História do Balão Vermelho os atores não apareçam com o famoso nariz vermelho, eles trazem a ‘essência’ do palhaço: “Não tem como resisti”, afirma.

O diretor ainda completa que, em sua opinião, fazer espetáculos voltados para o público infantil é mais ‘complicado’: “Para mim, fazer arte para criança exige mais tempo que para adulto. Com pessoas maiores de idade, você pode discutir qualquer temática e de qualquer forma. Já com os pequenos é necessário ter um cuidado maior. E, quando faço meus espetáculos, tenha essa preocupação e cuidado em relação à forma como eu falo. A arte para criança é uma via de mão dupla”. 

Sobre a apresentação em Goiânia, José Regino afirma: “Adoro fazer espetáculos em Goiânia. Já estive quatro vezes na Capital, com outros trabalhos, mas essa peça ainda não foi apresentada aí na região”. A História do Balão Vermelho pode ser encenada em teatros, escolas ou espaços alternativos contando que tenha fácil acesso à saída, já que o espetáculo termina fora do teatro. O espetáculo é indicado para crianças a partir de 5 anos de idade.  

SERVIÇO

‘A História do Balão Vermelho

Quando: sábado (4) às 17h

Onde: Teatro Sesc Centro (Rua 15, esquina com a Rua 19, Centro – Goiânia)

Entrada: R$ 5 (trabalhadores do comércio e dependentes), R$ 6 (conveniados) e R$ 7 (meia-entrada)